JORNAL 3 DE MARÇO - Opinião
DIZ QUE HÁ UMA ESPÉCIE DE ROMANTISMO
na Assembleia Municipal de Penafiel
Ó pobre Assembleia Municipal de Penafiel. Quem te viu e quem te vê. Nem sequer umas cócegas, quanto mais uns piparotes.
Num passado recente, era um espectáculo assistir e depois escrever, se fosse esse o caso, sobre uma sessão da Assembleia Municipal de Penafiel. Então os períodos de antes da Ordem do Dia, para mim eram violinos de Paganini, pianos de Chopin, quantas vezes óperas de Verdi. Eram música da melhor para os meus ouvidos.
Se para mim aquilo era música, para outros também podia ser futebol já que é o idioma mais falante hoje em dia.
Então, se França atacava pela ponta esquerda, logo Alberto contra-atacava pela ponta direita. Se Nuno marcava uma grande penalidade, logo o guarda-redes Rodrigo defendia com galhardia para canto. Se Clemente apontava um livre, logo a bola esbarrava numa barreira intransponível. Não havia um fora de jogo que não fosse discutido acaloradamente.
Podia a equipa laranja ganhar no final da contenda, até porque alinhava com mais jogadores, mas a equipa opositora vendia muita cara a derrota, nunca deixava os seus créditos por mãos alheias. Só parava de atacar quando soava o apito final.
Mas hoje na Assembleia Municipal, nem música, nem futebol acontece. Hoje a Assembleia Municipal de Penafiel não passa de um encontro romântico, em que se ouve apenas algumas declarações de amor.
Acho que as futuras sessões da Assembleia Municipal de Penafiel, deviam ser deslocadas para o Parque da Cidade, porque lá o ambiente sempre é mais bucólico, mais poético, mais consentâneo com o clima nataliciamente adocicado, proporcionado pelos seus membros. Até pode ser que apareça por lá um Camões a reviver uma “lusíada” Ilha dos Amores.
Por isso deve ser verdade que andam por aí uns fedorentos a dizer que na nossa Assembleia Municipal há uma espécie de romantismo...
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