06 setembro, 2006

Com granito e cobardia nunca se fez poesia

Eu peço desde já desculpa por algum tipo de linguagem utilizado neste texto não ser o mais bonito, não ser o mais elegante, não ser o mais poético. Mas também não é nada do outro mundo. É mesmo deste. E depois a quem disser que eu sou mal educado, eu oferece-lhe um poema. Palavra de honra.

Não é preciso procurar nos dicionários, nas enciclopédias, nos tratados, ou sei lá onde, alguns adjectivos para qualificar certas inteligências que neste país pululam.
Nem adjectivos, nem outros “mimos” para emoldurar umas certas pinturas itinerantemente expostas neste país. Eles estão aqui mesmo debaixo da língua. Só é preciso uma pequena dose dela destravada.

Gostaria de rotular certas pessoas (?) de por exemplo: trogloditas, mentecaptos, assassinos, atrasados mentais, cobardolas, etc., etc.. Porque chamar-lhes FDPês, é dar pérolas a porcos, porque houve e há muita gente, sendo FDP, é gente de classe, gente credível, gente decente, gente que sabe aplicar ao melhor nível a sua inteligência.

Atenção que não estou a falar do FDP do Bush, essa beleza esfuziante que gosta de levar a “luminosidade” à bomba a tantos países deste miserável planeta. Estou a falar de algumas criaturas que não tendo o que fazer com a sua já parca inteligência, entretêm-se a insultar a natureza. E fazem-no de armas aperradas. Eu vou tentar explicar.

Foi no dia seguinte à abertura da caça não sei a quê. Digo não sei a quê, porque me parece que há várias aberturas de caça durante o ano e para animais diferentes. Foi no dia seguinte à abertura da caça, que vi na televisão mais uma cena lamentável. Eu não sei se vou conseguir explicar de forma a fazer-me entender. Mas foi assim, ou é assim:

Meia dúzia de caçadores, ou seja, meia dúzia de cérebros de pedra, inventaram uma nova maneira de afinar a pontaria para futuras caçadas. Estes cérebros de granito (está na moda o granito) criam aves em cativeiro. Depois quando já estão “prontas”, isto é, adultas, as aves são introduzidas, parece-me que aos pares, dentro de um canudo, tipo chaminé de uma fábrica do século XIX, um pouco mais pequeno. Depois accionam um mecanismo que faz as aves subir até ao seu topo. Ao fim de algum tempo, (não sei se muito, se pouco, mas se calhar uma eternidade) de escuridão, as aves chegam lá em cima e vêm a claridade, com a liberdade ali tão perto... e, ála que se faz tarde. Só que os cérebros de granito, de espingardas aperradas, já estão à espera delas para as abater. É assim uma espécie de tiro aos pratos. Não sei se estão a ver a inteligência destas cabeças. Passados alguns minutos, jazem no solo umas dezenas ou centenas de aves, criadas com o objectivo único, de afinar a pontaria de uns tantos cérebros de calhau.

Vi na televisão. Não cheguei a saber onde isto aconteceu, só sei que foi em Portugal, no país de Pessoa, de Vieira da Silva, do Zeca e de Camões.

Chamar àquela tropa FDPês, não vale a pena. Chamar-lhes caçadores sem cedilha, também não, porque eles nem merda valem.

Com granito e cobardia, nunca se fez poesia!

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