Os Aliados levaram no Cubo
Eu disse cubo, não aquilo que poderão pensar que eu quis dizer. É verdade. A avenida dos Aliados no Porto foi elevada ao cubo, que é outra forma de dizer o que se passou naquela antiga e bonita zona da cidade Invicta.
Aquilo está lindo de se ver. Aquilo é que é arte. Os poetas e os pintores agradecem todo o bucolismo da actual avenida.
Aquilo não é o deserto do Saara, porque neste é só areia e naquele é só granito. O puto do granito está na moda, hoje em dia. Vejam Penafiel a ir pelo mesmo caminho. Deve ser a nova linguagem dos novos políticos. Às tantas a troca da calçada à portuguesa por estes calhaus, deve ter a ver com qualquer jogo de interesses.
Eu estive no Porto há dias, e quando fui confrontado com aquele quadro Siza, eu só disse: “Isto foi um dos maiores crimes praticados pelo pseudo-modernismo, neste pedaço de Porto, neste pedaço da capital do meu distrito”. Crime perpetrado por políticos de meia tigela, coadjuvados por um arquitecto que tem a mania que um risco dele vale mais que as inteligências do mundo.
Com a retirada da calçada à portuguesa, foram levantados pedaços de memória daquela cidade. Foram arrancadas páginas de história do livro de oiro de uma cidade que era o emblema do norte de Portugal.
O único lado positivo (ou negativo) da coisa, é que o nome Aliados da avenida do Porto, tem agora muito mais que ver com o nome dos exércitos Aliados, que andam de há uns tempos a esta parte, por este mundo a invadir e a destruir países e populações, tornando tudo cinza à sua volta.
Fica aqui registada a vergonha que sinto por aquela obra de arte.
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