23 novembro, 2007

TADINHO DO INGÉNUO


No passado dia 18 de Novembro, o Sr. Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, deu uma entrevista ao Diário de Notícias e à TSF.

Não ouvi, nem li a entrevista. Fui apanhado de surpresa e não consegui adquirir o jornal. Mas deu para perceber, através de alguns títulos que foram aparecendo na TV e na Internet, que o homem manifestou-se arrependido e que foi enganado na questão da guerra do Iraque.
Engraçado que há tempos, o escritor Francisco José Viegas, disse no programa do canal 2 “A revolta dos pasteis de nata”, mais ou menos o mesmo. Este disse que foi embrulhado pelas informações que foram surgindo. É caso para dizer: tadinhos dos ingénuos. Tadinhos dos anjinhos.

Pelo lado do escritor, nem me aquece nem me arrefece. Passa-me ao lado qualquer desculpa. Dele nunca li nada, nem pretendo ler. Francisco José Viegas faz parte de uma treteirice intelectual de direita, de que fazem parte nomes como o do “grande” director do jornal “Público”, José Manuel Fernandes, o do “grande” escritor, filósofo, historiador, Pacheco Pereira e o do “grande” poeta e ensaísta Vasco Graça Moura. Pelo lado do ex-primeiro ministro de Portugal, eu fiquei indignado, antes e depois.

Indignei-me antes, quando ele abriu as portas do nosso país, para uma cimeira de guerra, aos pistoleiros, (tal como ele) Bush, Blair e Aznar, de que resultou num dos maiores crimes contra a humanidade.
Indignei-me agora, por ele dizer na entrevista, entre outras aleivosias, que Portugal não tem que lamentar o que sucedeu, e que na altura, apenas foi atrás dos aliados amigos de Portugal, isto é, EUA, Inglaterra e Espanha.

Realmente, Portugal não tem que lamentar, pois o crime de invasão, foi levado a efeito no Iraque e não no nosso país. Quem foi invadido, humilhado, torturado e assassinado, foram os iraquianos e não os portugueses.

Quanto aos amigos aliados a quem Durão estendeu a passadeira, viu-se ainda agora, quando Bush declinou literalmente o ensino nos Estados Unidos, da quarta mais falada língua no mundo, a portuguesa. Isto é que são amigos.

Mas há uma coisa que Durão Barroso não fez na entrevista, que foi pedir desculpa aos iraquianos e ao mundo pelo acto de que foi cúmplice descarado. Acho que até esteve bem, porque aquilo não tem desculpa para esfarrapar nem justiça para atrapalhar.
Mas o que é certo, é que Durão, todo pimpão, lá continua no prestigiado cargo de presidente da Comissão Europeia, como se nada tivesse passado, cumprimentando todo o mundo, com uma mão cheirando a uma mistura (química) de sangue e petróleo.

Só gostava de perguntar: alguém dá por Durão no poleiro da Europa? Os portugueses já se aperceberam de algo de positivo para Portugal, que tenha o dedo de Durão Barroso? E não haverá por aí alguém que me diga, como é que ele chegou àquele cargo? Com certeza que não foi pela sua competência, uma vez que o homem da tanga, foi o pior primeiro-ministro de Portugal do pós 25 de Abril. Então como foi ele lá parar?

Um dia destes, ainda vamos vê-lo a gozar as suas reformas (uma como ministro, outra como deputado, outra como presidente da Comissão Europeia e outras que ainda hão-de vir), descansadamente, no jardim da celeste, abrindo alas ao Nody.

Vamos vê-lo num cinema, perto dele claro, a assistir divertidamente a filmes como: “Os Grandes Aldrabões”; “A Golpada”; ou “O Ladrão de Bagdad”. Ou então no remanso de sua casa, no quentinho da sua lareira, de chinelos e pijama a reviver na RTP Memória filmes como: “O Fugitivo” ou o “Robin dos Frosques”.

Durão Barroso, faça-se ou não justiça, vai ficar sempre ligado ao maior genocídio do século XXI. É um estigma que o acompanhará até ao fim dos seus dias, quer ele queira que não. O que lhe vale é não ter um pingo de sensibilidade. Por isso os remorsos nunca lhe provocarão insónias.

O que é de lamentar, é que o Tribunal Penal de Haia e o Juiz Baltazar Garzon, só tenham olhos e justiça para criminosos da Sérvia e do Iraque, ignorando uns tantos malfeitores que se dão ao luxo de ainda cirandarem por aí, livres como os passarinhos.

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