12 novembro, 2007

PORQUE NÃO TE CALAS?

Assim falou o rei de Espanha. Foi esta pergunta que Juan Carlos fez a Hugo Chavez na última cimeira ibero americana em Santiago do Chile. Só que o presidente da Venezuela entendeu que os 500 anos de silêncio que a Espanha lhe infligiu no passado, já tinham sido mais que suficientes, e que por isso, agora outro galo canta.

Assim falou o rei de Espanha. Foi esta pergunta que Juan Carlos fez a Hugo Chavez na última cimeira ibero americana em Santiago do Chile. Só que o presidente da Venezuela entendeu que os 500 anos de silêncio que a Espanha lhe infligiu no passado, já tinham sido mais que suficientes, e que por isso, agora outro galo canta.

Muito incomodado com o “chato” venezuelano, o rei de Espanha Juan Carlos mandou-o calar.
Ora essa! Que autoridade tem Juan Carlos para mandar calar Hugo Chavez, assim publicamente? Depois quem é Juan Carlos?

Tanto quanto se sabe, este rei nem sequer é espanhol. É italiano. Nasceu em Roma. Depois nunca fez puto na vida. Viveu sempre às custas do herário público espanhol. Nunca foi eleito pelo povo. Só por este facto, o rei de Roma não tem qualquer legitimidade para falar mais alto, muito menos para tentar silenciar quem quer que seja, muito menos quem tem o direito de se defender dos constantes ataques demagógicos levados a cabo pelos espanhóis na pessoa de José Maria Aznar.

Pode-se discordar do modelo de governação de Hugo Chavez. Podemos ser contra àquela tentativa de ele se perpetuar no poder através da alteração da constituição venezuelana. Pode ser apelidado de ditador. Pode sim senhor. Mas cada um tem a sua forma de ver a democracia. Porque se ela for levada à letra, era o povo que estava no poder. E não é com certeza Juan Carlos que nunca foi eleito, nem Cavaco Silva (que na sua intervenção, aludiu ironicamente sobre os diferentes conceitos de democracia) que aufere três reformas de luxo, enquanto dois milhões de portugueses se encontram no limiar da pobreza.

Os espanhóis ficaram, Zapatero incluído, muito escandalizados por Hugo Chavez chamar fascista a José Maria Aznar. Ele lá terá as suas razões. Não teria estado de facto Aznar por trás do golpe de Abril de 2003, que derrubou por uns dias o governo eleito pelos cidadãos de Hugo Chavez? O presidente venezuelano garante que sim.

Todos nós sabemos a que estirpe política pertence Aznar. Todos nós sabemos que Aznar, graças às suas alucinações, muito contribuiu para os atentados terroristas de 11 de Março em La Tocha. Ele foi um dos que viu as armas de destruição maciça no Iraque. Ele foi um dos elementos do “bando dos quatro”, a par do psicopata Bush, e dos seus lacaios Durão e Blair, ao levarem a cabo a cimeira de guerra dos Açores, antecâmara da invasão de terras iraquianas. A propósito do Iraque, onde estava Juan Carlos, (e voltando a ele) quando José Maria Aznar invadiu o berço da humanidade a mando da América de Bush e contra a ONU de Cofi Annan?

Mas se calhar o grande busílis desta questão, é que, depois de tantos anos de história, Juan Carlos ainda não digeriu a grande derrota que a Venezuela infligiu a Espanha, aquando da libertação daquele país da América latina, das garras coloniais espanholas em 1811, corporizada por Simon Bolíver.

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