09 abril, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Adriano Correia de Oliveira - 09/04/1942


Andava eu a fazer o 9.º ano à noite. Já lá vão uns tantos anos quando vi meu professor de história a trautear ao som de uma viola o “Cantar de Emigração”, precisamente no dia em que o Adriano morreu, num Outubro que não virou ao rubro.
Não se pode, nem deve dissociar este nome de outros como o do Zeca, do Manuel Alegre, do Vitorino, do Sérgio, do Manuel Freire, do Fanha, do Luís Cília, do Janita, do Fausto, do Carlos Paredes e por aí fora. Companheiros de estrada. Companheiros de lutas e de canções.

Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira, nasceu a 9 de Abril de 1942, em Avintes, Vila Nova de Gaia, ali nas margens do Douro.
Desde criança que deu a conhecer a sua magnífica voz e mais tarde, valorizou muitas das festas académicas, designadamente na União Académica de Avintes, de que foi um dos fundadores. Coimbra tornou-se sonho, frequentava ele ainda o Liceu de Alexandre Herculano, no Porto.
A cidade do Mondego chegaria enfim, completado o 7.º ano do liceu. Aqui frequentou o curso de Direito, deixado incompleto apenas por uma cadeira. Representou a Associação Académica de Coimbra, sendo campeão nacional de voleibol.
Entretanto na década de 60 surgia a guerra colonial, já surgia ao lado de José Afonso, no aparecimento de uma nova música de Coimbra, que vai despoletar mais tarde, um outro tipo de música urbana. E são quadras de um extenso poema de Manuel Alegre, que ele espalhou por este país: “Trova do Vento que Passa”.
Outros poetas mereceram de Adriano Correia de Oliveira a escolha de poemas, como: António Gedeão, Manuel da Fonseca, Urbano Tavares Rodrigues. Músicos teve-os dos melhores a seu lado: José Niza, José Afonso, Rui Pato e Luís Cília.
À música portuguesa, Adriano deu tudo. Uma das últimas actuações ocorreu na festa dos trabalhadores da ANOP.
Adriano Correia de Oliveira, foi uma voz de várias gerações que, de Coimbra e noutro tempo, ousaram declarar guerra à guerra e à “paz podre”. Uma voz que nasceu em Abril, ajudou Abril e que Abril libertou.
Adriano morreu em Avintes, Gaia, a 16 de Outubro de 1982.

Ano em que era presidente da Câmara Municipal de Penafiel, António Ferreira Alves (10/01/1980-11/01/1983). O papa João Paulo II visitava Portugal (12/05). Vitória do PS em eleições autárquicas (12/12) e Pinto Balsemão demitia-se do cargo de primeiro ministro (18/12)

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