02 maio, 2008

O PRÉMIO DE POESIA DANIEL FARIA


Eu já não sei quantas vezes falei no Prémio Daniel Faria. Foram muitas. Qualquer dia publico um livro sobre esta matéria. Desta vez eu só queria fazer uma pequena referência a um texto do Dr. Alfredo de Sousa, que vem publicado na última edição do jornal “O Penafidelense”.

Está enganado o cronista. Este prémio de poesia não apareceu para “galardoar jovens poetas com obra literária publicada ou não”. Também já o disse mais que uma vez. O ponto dois do regulamento diz: O Prémio é atribuído na modalidade de Poesia, visando estimular a criação poética e, em especial o aparecimento de novos autores”. Não é bem a mesma coisa. E o José Luís Peixoto, apesar de ainda não ter 35 anos não é propriamente um desconhecido. Não que eu ache que ele não devesse concorrer. Mas não havia necessidade de o fazer. José Luís Peixoto devia dar oportunidade aos novos valores. Faz-me lembrar os caça-prémios.

Também diz que este prémio foi em boa hora criado pela Câmara Municipal de Penafiel. Ó Dr. Alfredo, custa-me a crer que uma pessoa de cultura e de uma sensibilidade (deduzo) como a sua, esteja de acordo com este certame, que apareceu para homenagear um poeta de Paredes. Santa paciência. Vamos ser honestos intelectualmente.

Já agora, eu queria informar o Sr. presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Dr. Alberto Santos, o Dr. Rodrigo Lopes, vereador da cultura na edilidade e o jornalista Tito Couto. Foi criado este ano o I Prémio de Poesia Manuel Alegre. Sabem onde? Em Águeda. Sabem de onde é natural Manuel Alegre? Pois é, é natural de Águeda.

Eu já tinha dito há tempos, que José Luís Peixoto tem um Prémio de Poesia com o nome dele. Sabem onde? Na terra dele, em Ponte de Sor. Sabiam? Claro que (não) sabiam.

Em Penafiel, alguém que nem sequer é de cá, lembrou-se de fazer um frete à família de Daniel Faria. E a Câmara foi atrás. E se o poeta Daniel Faria precisava da instituição de um Prémio de Poesia para ser conhecido, a Câmara de Paredes que o fizesse. Nós, penafidelenses, tínhamos gente para isso. Tínhamos ou não Dr. Alfredo de Sousa?
Vou repetir-me. Foi a maior desconsideração, foi a maior injustiça que fizeram à poesia e aos poetas de Penafiel. É uma grande mancha que fica para a história da cultura em Penafiel. Tenho esperança que um dia, este Prémio seja anulado, lhe seja mudado o nome, para que seja dada mais verdade cultural a esta terra.

Uma nota final para dizer que José Luís Peixoto é natural da freguesia de Galveias, do concelho de Ponte de Sor e não do concelho de Portalegre, como foi escrito no jornal “O Penafidelense”.

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