11 julho, 2007

O CIRCUITO DA BOAVISTA
E O EFEITO PERVERSO DO AUTOMOBILISMO (Conclusão)

Ainda quanto a este circuito em volta do Circuito da Boavista, resta-me acrescentar mais uma vertente negativa nesta modalidade de elite, nesta modalidade de betinhos de óculos escuros. É a possibilidade que o automobilismo de competição pode ter de alterar de todo o comportamento humano. Eu penso que o desporto motorizado pode ter (tem com certeza) repercussões nefastas no desenvolvimento e comportamento social das pessoas pela vida fora. Ou não soubéssemos nós, que a maior percentagem dos acidentes mortais nas nossas estradas, se deve ao excesso de velocidade.

Quantos e quantos aficionados regressam dos ralies, regressam de qualquer prova automóvel, a 200 à hora no seu próprio bólide. Quantos apaixonados, quantos drogados, quantos escravos dos e pelos motores se armam em Fãngios, em Senas ou Fitipaldis e acabam os seus dias nas camas dos hospitais, quando não em morgues?

Sempre achei muita graça (humor negro), ao Ralie do Vinho do Porto. Haverá maior disparate? Velocidade e álcool de mãos dadas, é o mesmo que dizer: morte nas estradas. Isto é que é turismo.

Fiquemo-nos pelos nosso carros que temos de conduzir para o nosso trabalho, que já não é tão pouco. Esta “competição” diária chega e sobra e já causa demasiados danos .
Quanto aos Mac Larens, Ferraris e Toyotas, vão roncar para Marte ou para o diabo que os carregue.

Pela parte que me toca, devo dizer que gosto mais, muito mais de ciclismo. È muito mais bonito, e muito mais saudável. Tenho até desde a minha infância os meus ídolos nesta modalidade velocipédica: Ribeiro da Silva, Sousa Cardoso, Joaquim Leão e agora o Cândido Barbosa. Isto em Portugal, porque no estrangeiro também guardo nomes como Eddy Merckx (o maior ciclista de sempre), Loren Fignon ou o recente Lance Armstrong.

Eu era puto, estava sempre à espera de Agosto para acompanhar as peripécias, as lutas e mudanças de camisola amarela da Volta a Portugal, entre o Peixoto Alves do Benfica, o João Roque do Sporting e o Mário Silva do meu FCP.

Hoje ainda não compreendo e lamento a mudança da RTP2, para a RTPN das imagens da Volta a França, uma prova ciclista que eu considero estar ao nível de uns Jogos Olímpicos ou de um Mundial de Futebol. Por isso ciclismo sempre e automobilismo nunca.

Não queria terminar sem aconselhar os portuenses a terem calma, pelo facto de a Torre dos Clérigos não fazer parte das 7 maravilhas de Portugal. Não chorem por isso. Que tal se num futuro próximo candidatassem o Circuito da Boavista em automóvel, para a oitava maravilha deste país? Nunca se sabe.

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