15 janeiro, 2008

SEIS ANOS À FRENTE DA GALERIA MUNICIPAL DE PENAFIEL


Fez na semana passada 6 anos, que o meu amigo Adalberto tomou posse como presidente da galeria municipal de Penafiel. E para comemorar, há que fazer festança, que ele é todo dado ao pagode.
Um mega jantar no sábado passado, dia 12, serviu de pretexto para expor as suas mais valias à frente da dita galeria de arte.
Julgo que devia ter estado muita gente. Pelas imagens da TV no domingo às 13 horas, estava com certeza. Aliás como de costume. Estava lá o Luís, a Marta, a Natércia, o Vasconcelos, a Paula, a Rita. Até o Vitorino marcou presença.

O que eu não sabia é que esta gente era tão danada para as artes. Toda virada para as coisas da cultura. Ainda há quem diga que Penafiel é uma terra de ignorantes. O tanas.

O tipo de pintura que normalmente esta galeria e o meu amigo Adalberto expõem, não sendo, na minha perspectiva muito atraente, parece que atrai meio mundo, até o Toy, que é mais dado à cantoria pimba. Eu nunca percebi como é que aquele tipo de arte arrasta multidões. Nunca entendi a presença de tantos e tantos apreciantes e admirantes.
Bom, acontece que eu não fui ao jantar. Podia ter ido, mas não fui. Outros interesses se levantaram no sábado à noite.

Logo no domingo de manhã, me perguntaram porque é que eu não estive presente. Ora, eu não estive presente porque, primeiro, seis não é um número redondo. Acho excessivo comemorar um sexto ano de actividade, mesmo sendo ela cultural. Depois, eu gosto muito de futebol. Essa é que é essa. Ia lá perder no sofá e na TV, dois jogos da Liga Bwin ponto com, de tamanha importância, como o Benfica-Leixões e o Porto- Braga?

Gosto muito de pintura. Sou mesmo frequentador assíduo de galerias de arte, mas gosto mais de estádios de futebol, quando não há TV e sofá. É lá que eu me sinto bem, ali no meio de tanta gente, muitas vezes a bater o dente. Gosto de fazer parte do coro a gritar bem alto o hino do futebol nacional: “vai-te embora ó palhaço”.

Sou de facto mais dado às coisas do futebol. Só penso em bola. Suspiro, inspiro, respiro e transpiro bola por todos os poros e pêlos. Como futebol a todas as refeições, incluindo ceias e merendas. Até durmo e sonho com ele. Tenho dezenas e dezenas de cadernetas de cromos de futebol.

Dantes, podia não haver dinheiro para mais nada, mas eu não passava sem o meu “Norte Desportivo”, que a Dona Alzirinha vendia a quinze tostões, pelos cafés da cidade ao domingo à noite. Agora que tenho um salário de professor, compro todos os dias os três jornais desportivos: a Bola, o Jogo e o Record.
É um consolo tanta informação. Mais houvesse, mais eu comprava, mais eu lia. Até porque o saber não ocupa lugar, já dizia a minha avó Leopoldina. O toledo é tanto que até já me chamam o BB, isto é o Beça da Bola.

Bom, mas cá para nós que ninguém nos lê, não foi só o futebol que me desviou da festa do sexto aniversário da tomada de posse, como presidente da galeria municipal, pelo meu amigo Adalberto. Eu como disse, não gosto muito da arte que a galeria expõe. Não vou à bola com aquela pintura. Tirando um ou outro quadro que me pode sensibilizar um pouco, como por exemplo: “Le Parc de la Ville”, ou “L`auditoire Municipal”, o resto é tudo muito virtual, tudo muito próximo de um surrealismo à boa maneira de Dali. E dali, eu não quero nada, não vejo nada. Não é arte que abane a minha barraca.

Nesta festa comemorativa dos seis anos, para delírio dos milhares de presentes, calculo que foi feita uma exposição retrospectiva da própria galeria de arte. Uma espécie de balanço artístico. Teria sido colocada à apreciação dos admirantes e apreciantes, toda uma panóplia de obras que já tinha sido expostas em mostras anteriores, em sugestivas “vernissages”, em coloridas inaugurações. Normalmente é isso que sucede. Quem está dentro da matéria sabe que é assim.

Acredito até que nesta festa de aniversário, tenha havido propostas de apresentação de próximos trabalhos a expor para os anos 2008/09. Estou-me a lembrar de “novos/velhos” quadros como: “Les quatre Pavilions” e “Le Musée Municipal” e os “novíssimos”: “Le Stade Center de Penafiel” e “La Bracalandie”.

Por isso vamos esperar pelos próximos aniversários, que serão de arromba. Vai ser tal a feira de arte, que nem o Moma, de Nova Iorque, o National Galery de Londres, o Musée d`Orsay de Paris ou o Museu de Serralves do Porto, lhes chegam aos calcanhares.
Vamos aguardar. Vamos esperar para ver.

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