10 janeiro, 2008

MIQUETÓRIOS DA CIDADE


Noutros tempos, não muitos, talvez uns 8 a 10 anos, havia em Penafiel, um senhor de quem eu gostava muito. Chamava-se António Barbosa Júnior. Escreveu num jornal desta terra durante muitos anos, numa coluna chamada “Postais da Cidade”. O jornal deu uma volta e deram-lhe um chuto. Um chuto que ele não mereceu.Não moveu montanhas. Não fez nenhuma obra de arregalar os olhos de espanto. Mas os seus textos de opinião eram oportunos, eram lidos, eram tidos em consideração.


Um ex- presidente de Câmara desta terra, costuma recorda-lo desta forma: “sempre que o Sr. Barbosa denunciava alguma coisa: um muro a cair, uma zona qualquer da cidade menos limpa, um bueiro entupido ou um jardim mal tratado, eu mandava logo alguém ao local ver o que se passava. Muitas vezes era eu próprio que me deslocava”.

Isto para dizer o quê? Isto é para dizer que hoje não se passa nada disso. Nem de longe nem de perto. Na Câmara Municipal ou na Junta de Freguesia de Penafiel, ninguém quer saber. Ninguém passa cartão ao que diz, ao que possa dizer um vulgar cidadão desta terra quando chama a atenção a quem de direito para qualquer situação menos bonita, pouco recomendável, ou passível de correcção.

Concretizando. Há tempos chamei a atenção das autoridades políticas desta terra, para os erros ortográficos e de composição de umas determinadas placas toponímicas.
Ninguém respondeu. Ninguém deu sinal de vida. Silêncio sepulcral.
Há cerca de três meses, voltei a chamar a atenção da câmara para um muro que estava em vias de cair na travessa da rampa do antigo hospital. Mais uma vez, o silêncio. Mais uma vez o ignorar simplesmente.
Ora na semana passada, o dito muro veio abaixo. Ninguém se magoou porque aconteceu de noite.

Mesmo sabendo que o assunto que aqui trago agora, possa ter o mesmo tratamento, quero chamar a atenção para uma situação que não sendo fracturante, merece um reparo. É assim: De há tempos a esta parte, tenho visto uma funcionária (uma senhora) a trabalhar nos miquetórios que estão por detrás da Câmara Municipal de Penafiel. Miquetórios esses que são frequentados apenas por homens. Estranhei. Não me parece muito correcto, colocar uma mulher naquele local. A colocar alguém, só pode ser um funcionário. Só pode ser um homem.

Uma situação parecida já tinha acontecido a essa mesma funcionária, quando foi deslocada das casas de banho do jardim do Calvário, para as casas de banho do parque florestal do Sameiro. Situação essa que também não fazia o mínimo sentido, dado que o local em questão era e é, muito escondido e isolado. Este local também não é próprio para uma mulher. Não se entendem situações destas.

Será que a Câmara Municipal está a debater-se com falta de pessoal? Não há homens, não há funcionários para os ditos miquetórios? Não será decerto um problema de difícil resolução, dado que há muito desemprego no país e em Penafiel.


Só falta dizer que tenho a informação que os lavabos perto da esplanada do jardim do Calvário, não tem qualquer funcionário/funcionária a zelar pelo seu melhor funcionamento. Portanto a câmara está à espera de quê para resolver este problema?

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