04 junho, 2008

A SELECÇÃO, O MARCELO E BOB DYLAN

Eu já abordei este assunto. Mas volto à carga.

Eu só gostava de saber quem foi o inteligente que colou a música de Bob Dylan à “nossa” selecção luso brasileira de futebol. Terá por acaso o poeta compositor, cantor folk, algo a ver com aquelas “vedetas” que foram para a Suiça, conquistar novos empresários, novos contratos e novas fortunas? Será que a selecção luso brasileira foi para o Vietname, como foram os “turras” americanos na década der 60? Será que vão combater o racismo, na terra dos relógios, como o autor do “Like a Rolling Stone” fez através das suas composições na América racista?

O inteligente que se lembrou de Bob Dylan para animador musical da selecção luso brasileira, como não tem a mínima ideia de quem ele é, anda a insultar a música de qualidade e a confundir arte com pimbalhice.

Para dizer a letra com a careta, não seria melhor terem colado à selecção luso brasileira, as músicas dos pimbas da nossa praça? Eu acho que sim, de tão romantécos e futebolécos que eles são. Na minha perspectiva os Quaresmas, os Cristianos, os Ricardos, os Decos, os Nanis, etc., não ficam nada a dever aos Emanueis, aos Toys, aos Carreiras ou aos Malhoas. Porque estes, vestidos a rigor, isto é, de bandeira e cachecol, já lá estão para animar os milhares de “mala de cartão” e incentivar os 23 milionários meninos bonitos, enquanto o Bob Dylan é muito capaz de andar a escrever e a musicar algumas letras com sua amiga, amada e amante Joan Baez, para eventualmente os apresentar num ou outro concerto de protesto contra a guerra, não do Vietname de há quarenta anos, mas do Iraque actual.

Vamos ter juízo, senhores, que não sabem mais nada que andar de boca aberta com o futebol e com a selecção. Senhores que aplaudiram a transmissão pelos três canais da nossa televisão da apoteótica viagem de Oeiras até ao aeroporto de Lisboa, de Scolari, Madaíl e seus “putos”, como foi o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, o homem que muito fala e pouco acerta (mas acertou desta vez, quando apoiou a terceira idade para a chefia do PSD). Marcelo não acha extraordinário que o país só se una em volta da selecção, quando os problemas estão aí que até fazem doer. Chegou mesmo a dizer que em matéria de apoio à selecção nós somos bons.

Que pobreza Marcelo, que pobreza. Que falta de imaginação. E é este homem que vai à televisão do estado aos domingos ganhar um balúrdio para dizer patacoadas destas. Tenham dó, senhores, tenham dó.

Não será tão cedo que este país vira a página.

eXTReMe Tracker