18 janeiro, 2008

Nomes que a morte não apagou - JANIS JOPLIN 19/01/1943


Só tenho um disco de Janis Joplin. Tenho aquele vinil que inclui a sua obra prima “Cry Baby”. Lindo, imperdível, de ouvir e ouvir repetidamente. Eram os tempos da guerra do Vietname, da “nossa” guerra colonial, do Eddy Merckx, da “Angie” dos Rolling Stones e de tantas outras loucuras dos melhores anos de sempre: os de sessenta.
Janis Joplin era a menina que quando confrontada com a polícia numa qualquer manifestação anti-guerra, lhes oferecia flores. É a imagem que eu guardo desta grande mulher, cujo nome, a morte não apagou.

Janis Joplin, sobre as feministas radicais exclamou um dia: “Meu Deus! Parece que não têm bons momentos há meses. Divirtam-se por amor de Deus! Eu também não tenho um lar, nem um homem. Mas pelo menos, divirto-me. E isso, acho é que é importante”.
Janis Lynn Joplin, nasceu a 19 de Janeiro de 1943, numa pequena cidade petrolífera na Costa do Golfo, no Texas.
Em 1960 termina os estudos secundários, onde nunca se adaptou. As outras raparigas gozavam com o seu ar de patinho feio.
Em 1962 vai para Austin, estuda na Universidade do Texas. É alegadamente a primeira a ousar aparecer sem soutien. Viagens ao Luisiana dão-lhe a conhecer os blues e o Jazz.
A juntar a um cabelo indomável, longe do conveniente aspecto de futura dona de casa que a América deseja nos anos cinquenta, e a um nariz pouco elegante, aprende a enfrentar à sua maneira a sua verdade: embeleza-se com enfeites que serão habituais entre os “hippies”, recusa maquilhagens e adopta aquele ar doce de quem suspira por amor.
Concertos extravagantes, vigiados de perto pela polícia, drogas e álcool à mistura incendeiam o público. Em Agosto de 1969 participa no mítico e enlameado festival de Woodstck.
A primeira grande cantora branca de blues e primeira estrela feminina do rock`n`roll partira de casa em busca do lugar a que pertencia. Não encontrou, e também nunca lhe foi suficiente a dedicação do público ou dos amigos. Sofreu sempre de solidão.
Foi encontrada morta no quarto do Landmark Hotel em Los Angeles, dezoito horas depois de ter injectado uma dose de heroína espantosamente pura, a 4 de Abril de 1970.

Ano em que foi criada a Acção Nacional Popular, em que morre António Oliveira Salazar e é fundada a clandestina Intersindical.

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