EXCURSÃO A FÁTIMA
SER AVÔ
Em determinada altura do longo texto que escrevi sobre o LIVRO de Alberto Santos, ao falar do escritor Mia Couto, eu disse que tinhas algumas coisas em comum com ele.
Um dia destes, “apanhei” Mia Couto a falar da sua vida privada. Sentado num banco de jardim, ele dizia mais ou menos isto: “não é que de repente, estou com mais de cinquenta anos e sou avô”. E eu “respondi-lhe”: olha contenta-te com a minha sorte, estás como eu. Também quase de um dia para o outro aí estava eu com mais de cinquenta anos com uma Catarina, que nasceu no mesmo dia em que veio ao mundo Mozart, a colar-me o selo de avô.”
Mais adiante, o escritor moçambicano substituiu os meus pensamentos quando disse. “Quando somos crianças, temos a ideia que ser avô é uma coisa de velhos, de muito velhos. Que é algo que está muito longe, mas afinal…”
E foi assim, eu falei desta coisa de ser avô, com a voz, com as palavras de Mia Couto. Fiquei contente com a sorte dele.
Para além do asco a Bush que ambos sentimos, em que estamos de facto do mesmo lado, temos mais alguma coisa em comum: de repente temos mais de cinquenta anos e somos avôs. E vivam os velhos!
Por falar em avós, será que os de Penafiel já vieram de Fátima? Mais de cinco mil. 100 camionetas, 30 porcos de churrasco, isto é que é “Sentir Penafiel” no Pombal, nos bonés e nas tigelas. “Ó meu caro amigo é assim que se ganham eleições”, alguém alvitrou. De facto pelas fotos dos jornais, parecia um comício. E foi, claro.
Tanta gente que foi à terra das aparições e não me trouxeram uma medalhita da nossa senhora, ou uma lembrançazita dos três pastorinhos. Ingratos, são o que são.
A Junta de Freguesia de Penafiel, a Câmara e a empresa Penafiel Verde é que se calhar ainda não vieram. Ficaram no Pombal.
É que perto de minha casa há um problema ambiental, (ver foto) ligado á destruição de uma tampa de saneamento há mais de oito dias. Aquelas belas, castanhas e amarelas águas, estão em escorrência pela estrada abaixo, que é um espectáculo de sentir Penafiel.
Em determinada altura do longo texto que escrevi sobre o LIVRO de Alberto Santos, ao falar do escritor Mia Couto, eu disse que tinhas algumas coisas em comum com ele.
Um dia destes, “apanhei” Mia Couto a falar da sua vida privada. Sentado num banco de jardim, ele dizia mais ou menos isto: “não é que de repente, estou com mais de cinquenta anos e sou avô”. E eu “respondi-lhe”: olha contenta-te com a minha sorte, estás como eu. Também quase de um dia para o outro aí estava eu com mais de cinquenta anos com uma Catarina, que nasceu no mesmo dia em que veio ao mundo Mozart, a colar-me o selo de avô.”
Mais adiante, o escritor moçambicano substituiu os meus pensamentos quando disse. “Quando somos crianças, temos a ideia que ser avô é uma coisa de velhos, de muito velhos. Que é algo que está muito longe, mas afinal…”
E foi assim, eu falei desta coisa de ser avô, com a voz, com as palavras de Mia Couto. Fiquei contente com a sorte dele.
Para além do asco a Bush que ambos sentimos, em que estamos de facto do mesmo lado, temos mais alguma coisa em comum: de repente temos mais de cinquenta anos e somos avôs. E vivam os velhos!
Por falar em avós, será que os de Penafiel já vieram de Fátima? Mais de cinco mil. 100 camionetas, 30 porcos de churrasco, isto é que é “Sentir Penafiel” no Pombal, nos bonés e nas tigelas. “Ó meu caro amigo é assim que se ganham eleições”, alguém alvitrou. De facto pelas fotos dos jornais, parecia um comício. E foi, claro.
Tanta gente que foi à terra das aparições e não me trouxeram uma medalhita da nossa senhora, ou uma lembrançazita dos três pastorinhos. Ingratos, são o que são.
A Junta de Freguesia de Penafiel, a Câmara e a empresa Penafiel Verde é que se calhar ainda não vieram. Ficaram no Pombal.
É que perto de minha casa há um problema ambiental, (ver foto) ligado á destruição de uma tampa de saneamento há mais de oito dias. Aquelas belas, castanhas e amarelas águas, estão em escorrência pela estrada abaixo, que é um espectáculo de sentir Penafiel.
Só mais uma nota: Sr. Presidente da Administração da Penafiel Verde, quantos avôs tiveram de pagar duas facturas de água com o dinheiro de um só mês, de reforma, ou de ordenado? Eu tive que pagar duas facturas com o dinheiro de um só vencimento. Uma factura com data limite de pagamento a 11 de Julho e outra a 1 de Agosto.
Vivam os avós. Vivam as eleições. Viva “Sentir Penafiel” nos bonés nas malgas, nos talheres e no Pombal.
Claro que os avós gostaram da excursão. Quem é que não gosta de landum? Quem é que não gosta de andar de cu tremido e comer à borliú.
Acho que as Juntas de Freguesia se deviam passar a chamar “Grupo Excursionista da Terceira Idade à Conquista de Votos”.
Uma nota final para dizer que conheci uma avô muito importante de Penafiel, mas que afinal não teve família que impedisse de esta senhora ter ido parar a um lar de idosos. É tudo muito bonito, mas…é o tal problema da essência e da matéria, do corpo e da alma, da forma e do conteúdo.
Vivam os avós. Vivam as eleições. Viva “Sentir Penafiel” nos bonés nas malgas, nos talheres e no Pombal.
Claro que os avós gostaram da excursão. Quem é que não gosta de landum? Quem é que não gosta de andar de cu tremido e comer à borliú.
Acho que as Juntas de Freguesia se deviam passar a chamar “Grupo Excursionista da Terceira Idade à Conquista de Votos”.
Uma nota final para dizer que conheci uma avô muito importante de Penafiel, mas que afinal não teve família que impedisse de esta senhora ter ido parar a um lar de idosos. É tudo muito bonito, mas…é o tal problema da essência e da matéria, do corpo e da alma, da forma e do conteúdo.
E fico por aqui porque às tantas ainda me chamam demagogo e populista.
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