17 março, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Nat King Cole - 17/03/1919


A primeira vez que tomei contacto com a música de Nat King Cole, foi na década de sessenta, teria eu uns treze ou quatorze anos. Uma canção em língua portuguesa “Andorinha Preta”era muito difundida pelas estações de rádio da altura: Emissora Nacional, RR, RCP, Emissores do Norte Reunidos do Porto e Rádio Graça de Lisboa.


Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, nasceu em Montegomery, nos Estados Unidos em 17 de Março de 1919, faz hoje 89 anos.
O seu pai Don Edward Cole era açougueiro e diácono da igreja Batista. A sua família mudou-se para Chicago quando Nat ainda era uma criança. Lá, o seu pai converteu-se em pastor da igreja e sua mãe, Perlina Adams, encarregada de tocar o órgão da igreja, foi a única professora de piano que Nat teve em toda sua vida. Ali aprendeu jazz e música Gospel,
Desde cedo sofreu por causa do preconceito aos negros, chegando a apresentar-se para plateias brancas e negras separadamente.
Apresentou um programa na TV americana, com grande audiência, mas que acabou sendo extinto, pois os patrocinadores não queriam os seus produtos associados a um homem negro. Suas músicas românticas tinham um toque especial junto a sua voz associada ao piano, tornando-o assim, um artista de grande sucesso.
Sua voz marcante imortalizou várias canções como: Mona Lisa, Stardust, Unforgettable, Nature Boy, Christmas Song, "Quizás, Quizás, Quizás", entre outras, algumas das quais em língua espanhola e portuguesa. É pai da cantora Natalie Cole.
Por ter um hábito defumar diariamente três maços de cigarros, o cantor morreu vítima de cancro em Santa Mómica a 15 de Fevereiro de 1965.

Ano em que era presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Cipriano Alfredo Fontes (02/03/1962) a 19/03/1970). Ano do assassinato de Humberto Delgado pela PIDE (13/02); da reeleição para a presidência da República de Américo Tomás (25/07). Em Novembro deste mesmo ano, o Conselho de Segurança Europeu, considerou a situação colonial portuguesa, uma ameaça à paz mundial.

10 março, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - António Cruz - 09/03/1907


Bastou ter sido aguarelista para merecer da minha parte um olhar mais atento. Duas ou três exposições retrospectivas deste pintor na cidade do Porto e foi suficiente para fazer parte (a par de outro aguarelista, António Joaquim, ainda vivo) das minhas referências pictóricas portuguesas.

António Amadeu Conceição Cruz nasceu no Porto a 9 de Março de 1907, faz hoje 101 anos.
Fez o curso de pintura na Escola de Belas-Artes da cidade invicta.
Em 1939, um grupo de amigos e admiradores organizou-lhe uma exposição de aguarelas que, em virtude do interesse que despertou, foi levada a Lisboa. Em quarenta e três anos não voltou a expor individualmente.
Em 1947, obteve o Prémio José Catarro em desenho e Roque Gameiro em aguarela. Em 1948 obteve o Prémio Teixeira Lopes em escultura.
Aprovado em mérito absoluto em concurso de provas públicas, é-lhe concedido em 1963 o título de professor agregado do 9.º grupo de Desenho na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.
António Cruz está representado nos Museus de Arte Contemporânea de Lisboa, Soares dos Reis no Porto, Abade Baçal em Bragança, José Malhoa nas Caldas da Rainha, Grão Vasco em Viseu e em importantes colecções particulares portuguesas e nalgumas estrangeiras.
A propósito de António Cruz, a escritora Agustina Bessa Luís em 1982: “ É um desses pintores que se classificam como coloristas, mas cuja sensibilidade visual o conduz para uma economia geométrica em favor do acontecimento da luz como criação”.
A propósito da aguarela que ilustra este texto, disse o escritor Mário Cláudio: “ Acordou muito cedo o pintor António Cruz, meteu no bornal as tintas e os pincéis, e procurou o trecho da geografia que o desejo lhe segredava naquela terra de Gaia, há mais de um século percorrida por certo anacoreta com fama de santo. O verde dos musgos humedecidos desmaiava na neblina por um registo do azul”.
Com António Cruz, as suas aguarelas e a cidade do Porto, realizou Manuel de Oliveira o filme-documentário “O Pintor e a Cidade”.
António Cruz morreu a 29 de Agosto de 1983.

Ano em que era presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Justino do Fundo, tomando posse em 10 de Janeiro. Ano ainda em que o PS ganhou as eleições legislativas (25/04); aprovação da nova lei sobre as eleições autárquicas (29/04); Mário Soares foi indigitado para novo governo (27/05) e inauguração do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkien (20/07).

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - António Vivaldi - 04/03/1678


Não foram só “As Quatro Estações, que marcam a vida deste grande compositor italiano. Mas foi de facto esta obra que me fez aproximar da música clássica. Ninguém poderá ficar indiferente a semelhantes acordes. Vi uma vez na televisão um concerto protagonizado pelo violinista Nigel Kenedy (meio amalucado) que foi do melhor, vindo a reforçar a minha sensibilidade para este tipo de música.

Mestre do violino, António Vivaldi nasceu a 4 de Março de 1678.
Seu pai era barbeiro e tocava violino na Basílica de San Marco. Foi ele quem ensino o filho, ainda muito novo a tocar o instrumento.
Depois de ter sido padre, aos 25 anos aceitou um trabalho como professor de música num orfanato de raparigas em Veneza.
Pouco se sabe sobre a vida pessoal de Vivaldi. Nunca casou, nem há certezas sobre as suas ligações amorosas. Suspeita-se que manteve um caso romântico com a soprano Anna Giraud, a qual desempenhava o papel principal nas óperas põe ele compostas e era sua companheira das viagens pela Europa.
Na década de 20 do século XVIII, as suas composições musicais estavam espalhadas pela Europa apesar de na cidade natal ser mais conhecido como violinista. Compunha com um estilo genuíno e a sua forma de tocar era furiosa. Muitos eram aqueles que iam a Veneza vê-lo tocar e ouvir as vozes das raparigas do Ospedale della Pietá.
Manteve contacto com a Ópera de S`Ângelo, da qual veio a ser empresário, de 1714 até 1740. Ano em que partiu para Viena.
As composições de Vivaldi foram depressa esquecidas e o seu nome foi poucas vezes mencionado durante 200 anos, para no século XX se tornar num dos mais prestigiados compositores da música clássica. A sua produção musical conta com 80 sonatas, 46 óperas, 23 sinfonias, mais de 400 concertos grossos, cantatas, oratórias e música religiosa. De todos os trabalhos “As Quatro Estações” é o mais famoso.
António Vivaldi morreu num apartamento da cidade de Viena a 28 de Julho de 1741.

Ano da elevação de Arrifana de Sousa a Vila, por D. João V. E era Juiz de Fora de Penafiel (presidente da câmara) Francisco Teixeira da Mota.

Nota: no “Nome Que a Morte não Apagou” dedicado ao pintor Edouard Manet, foi referido por lapso que o pensador António Sérgio tinha falecido em 1833. A verdade é que este ensaísta que nasceu nesse ano e faleceu em 1969. Obrigado pela chamada de atenção.

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Fréderic Chopin - 01/03/1810


Não foi difícil familializar-me com Fréderic Chopin. Bastou encostar a porta. Para mim os “pianos” de Chopin, funcionam como um anti depressivo, como uma terapia, como um “fazer as pazes” com o mundo e não são poucas as vezes. Refugio-me frequentemente nos “Nocturnes” deste grande compositor. Gostaria de recomendar o “n.º 2 Andante” que é sublime.

Fréderic Chopin, filho de pai francês, nasceu em Zelazowa-Wola, perto da Polónia em 1 de Março de 1810, onde viveu até 1830 adquirindo uma cultura musical internacional.
Em 1831 instalou-se em Paris frequentou os meios literários e artísticos. Ligou-se amorosamente a George Sand (pseudónimo da escritora francesa Aurore Dupin) e fez-se conhecer como professor, pianista e compositor.
Desde muito novo, como compositor revolucionou toda a música pianística. Com ele, o piano deixou de ser apenas um instrumento de acompanhamento.
De facto, Chopin pode ser considerado um dos mestres da música para piano no século XIX. Aliou, a um rigor da forma e da escrita, oriundo do conhecimento da obra de Bach, uma volubilidade ornamental, inspirada pelo bel canto italiano, um sentido da dança, que amava nos franceses, um gosto pela música popular, que vinha da sua infância, e uma atracção pela virtuosidade, para a qual o seu instrumento, então no apogeu, o impelia (prelúdios, estudos, baladas, nocturnos, improvisos, mazurcas, polonaises, valsas, sonatas).
“Quando me tiver ido embora”, foram estas as suas últimas palavras, e ele tinha apenas quarenta anos, “toquem um trecho de música para mim, pois sei que hei-de ouvi-la no além”.
Amigo de Lizt, de Berlioz, e do pintor Delacroix, empreendeu viagens para séries de concertos na Europa. Acometido de tuberculose, morreu prematuramente em Paris no ano de 1849.

Ano em que era presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Simão Rodrigues Ferreira. Ano também em que Costa Cabral regressa ao poder e do nascimento do político Hintze Ribeiro, nome pelo qual ficou conhecida a ponte que liga Penafiel a Castelo de Paiva, tendo caído na fatídica noite de 4 de Março de 2001, morrendo 59 pessoas.

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