25 fevereiro, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Renoir - 25/02/1841


Este pintor impressionista está dentro daquele estilo de pintura pela qual eu tenho uma admiração de todo o tamanho. O impressionismo é de facto um tipo de pintura, da qual eu a partir de determinada altura da minha vida, parei para ver, para olhar, para sentir, influenciando mesmo a minha forma de estar com as cores das coisas, e as coisas nas cores da natureza.

Pierre-Auguste Renoir nasceu em Limoges, França a 25 de Fevereiro de 1841. Aos três anos, seu pai que era alfaiate, mudou-se com a família para Paris.
Em 1861, foi estudar na École Imperiale et Special dês Beaus-Arts, onde conhece os amigos com quem veio a fundar o Impressionismo, inspirado na natureza e procurando pintar a luz.
Renoir, um dos principais iniciadores deste estilo de pintura, trouxe ao movimento uma atmosfera sentimental na representação da natureza, pois acreditava que a natureza proporcionava os melhores temas para um pintor e dizia que “o artista que usar o mínimo do que chamamos imaginação será o melhor”.
Os seus retratos de mulheres, geralmente ocupadas em actividades mundanas do dia a dia, demonstraram a sua habilidade com as cores.
A Exposição Mundial de Paris, em 1900, consagra o impressionismo e Renoir aceita uma condecoração que recusara dez anos antes, a Legião de Honra.
Nos primeiros anos do século XX, prejudicado pelos efeitos do reumatismo, recolhe a casa no sul da França, onde se dedicou a pintar o seu tema favorito: mulheres nuas, tema que manteve até ao fim da sua vida.
Após um primeiro ataque de artrite reumatóide em 1903, como efeito crónico de uma perna partida numa queda de bicicleta, seis anos antes, a evolução vertiginosa da doença, que o prende e cadeira de rodas e lhe deforma as mãos, obriga-o a uma estratégia de teimosia: amarra o pincel ao pulso de modo a poder descrever os seus traços com o movimento do braço.
Pouco depois de ver em exibição no Louvre o seu “Madame George Charpenter”, quadro pintado em 1887, Renoir morria com 79 anos a 3 de Dezembro de 1919.

Ano em que foram presidentes da Câmara Municipal de Penafiel, António Teixeira da Silva Leitão e Joaquim de Araújo Cotta. Ano da eleição de António José de Almeida para a presidência da república e da publicação do decreto que estabelecia a obrigatoriedade do cumprimento das oito horas de trabalho diárias.

18 fevereiro, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Jack Palance - 18/02/1919


Apesar dos muitos filmes que interpretou ao longo da sua carreira, para mim, o nome de Jack Palance está intimamente ligado a uma grande série que passou no pequeno ecrã portugueses na década de sessenta: “ O Maior Espectáculo do Mundo”. Alternava com o “Bonanza”e o “Danger Man”e a “Policia na Estrada” nas minhas preferências televisivas de miúdo. Ele era o proprietário de um circo que corria cidades e vilas dos Estados Unidos e que em cada episódio havia sempre um problema para resolver: Um palhaço que adoecia, uma fera que fugia ou um vendaval que levava a cobertura do circo. É daí que conheço Jack Palance, não sendo de esquecer a sua participação naquele que foi talvez o seu maior filme “Shane” de 1953.

Nasceu como Vladimir Palaniuk na Pensilvânia a 18 de Fevereiro de 1919, filho de ucranianos. Trabalhou em minas, ganhou uma bolsa de futebol americano para a Universidade da Carolina do Norte, que abandonou depois de dois anos enojado com a comercialização do desporto, tornou-se pugilista profissional no final dos anos 30 e pilotou bombardeiros. Depois de ser desmobilizado em 1944 e com uma graduação da Universidade de Stanford, teve várias ocupações para o sustentar durante os seus pequenos trabalhos em teatro, desde empregado a nadador salva-vidas, vendedor de cachorros quentes, empregado de mesa e modelo fotográfico.
A sua estreia no cinema dá-se em 1950, sob o nome Walter Jack Palance, em «Panic in the Streets/ Pânico nas Ruas», de Elia Kazan, em que era um criminoso.
Referiu numa entrevista que "a maior parte do que faço é lixo" e que muitos dos realizadores com quem trabalhou eram incompetentes: "A maior parte deles não deviam sequer dirigir o trânsito".
Nos anos 80, ganhou notoriedade ao ser anfitrião de «Ripley`s Believe It or Not», uma série que relatava acontecimentos reais bizarros, e que aliás o trouxe ao Mosteiro da Batalha para narrar a história de Pedro e Inês.
Pela sua interpretação em “A Vida, o Amor e as Vacas”, Jack Palance, 73 anos, concretizou a profecia que lhe fora feita por um realizador no início da sua carreira, 42 anos antes: recebeu o Óscar de Melhor Actor Secundário.
A sua distinta aura sinistra, com 1,93 e uma voz baixa que o tornava ainda mais assustador, tornou-o um dos preferidos de Hollywood.

Jack Palance faleceu há pouco tempo. Foi no dia 10/11/2006, com 87 anos.

14 fevereiro, 2008

AS ONOMATOPEIAS


A professora Paula Medeiros fez um comentário a um texto que escrevi sobre os professores. Não sei qual o texto a que se referiu, porque foram vários os artigos em que tive oportunidade de dizer o que pensava de alguns (se calhar a maioria) dos professores que exercem tão digna actividade.

Ó Paula, em primeiro lugar obrigado por ter escrito sem ofender. É que eu recebo muitos comentários insultuosos, quase todos debaixo de uma cobardia atroz: o anonimato.
Eu não vou ser longo a comentar o seu comentário.

Tendo em linha de conta as já famosas dificuldades inerentes ao “baixo” salário de um professor em início de carreira, só lhe pergunto: Sabe quanto é que eu ganhava em início de carreira em 1960 com dez anos? Olhe a fortuna: dez tostões, duas croas por semana. Veja bem, nos primeiros tempos da minha actividade eu ganhava 40 tostões, ou oito croas por mês. Sabe quantas horas eu trabalhava por dia? Trabalhava quase meio dia, isto é, onze horas e meia por dia, com uma só para almoçar (08 / 13 e 14 / 20,30 horas).
Este festival de trabalho, foi no tempo em que um “trigo” custava $50, o mesmo que o célebre “quarto de sêmea”, um café no “Sociedade” custava 1$20, por um “balcão” no Cine-Teatro S. Martinho para ver “O Corcunda” do Jean Marais, pagava-se 4$00 e um pirolito 1$50.


Quer saber qual era a minha profissão? Era e é, tão digna como a de professor. Era uma profissão das antigas. Não tinha escalões, mas tinha muitas avaliações. Só se subia no ordenado por mérito próprio e muito e bom trabalho. Também “não havia” direito a Caixa de Previdência
Não estudei quando saí da escola primária. Fui logo “trabuquir”. Naquela altura, estudar era para ricos e o meu pai, precisava dos meus quarenta tostões, ou das minhas oito croas, para juntar aos escuditos que ele ganhava como sapateiro no número 73 da Travessa dos Fornos, ali atrás da Câmara Municipal, para pelo menos se comer um belo caldo de “olhos”, e ao domingo se poder comer um pouco melhor, talvez uns rabitos de bacalhau frito para dividir por oito “manfios” em volta de uma mesa.

Por favor não me venham falar de trabalhar e da “pobreza” de salário que vocês, profes, auferem em início de carreira.
Começo a ficar farto de tanta onomatopeia, vinda do lado dos professores, que coitadinhos ganham tão pouco e trabalham tão muito.

Minha cara professora Paula Medeiros, não queria terminar sem deixar de lamentar os resultados obtidos pelos profes, numa recente sondagem sobre algumas actividades profissionais. É de facto muito preocupante que 58 por cento dos portugueses não confiem nos professores.
E eu não votei. Veja lá se eu votasse.

13 fevereiro, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Agostinho da Silva - 13/02/1906


O que se em oferece dizer sobre Agostinho da Silva, não é muito, porque só muito tardiamente tomei conhecimento desta grande personalidade portuguesa. Lembro-me das suas “conversas vadias” na televisão. Registei com muito agrado, quando ele disse uma vez, que as portas do ensino superior deviam estar abertas a toda a gente, independentemente das notas alcançadas pelos alunos serem dez ou vinte valores.

George Agostinho Baptista da Silva, nasceu na cidade do Porto em 13/02/06 (faz hoje 102 anos) e fez os seus estudos em Barca de Alva e na cidade do Porto, mais concretamente o liceu e a universidade.
Em 1929 licenciou-se em Filologia Clássica na Faculdade de Letras da Universidade do Porto com 20 valores e o doutoramento com o “maior louvor”.
Entre 1931 e 1933 estagiou como bolseiro em Paris. De regresso, em 1933, torna-se efectivo num liceu em Aveiro. Dois anos depois é exonerado por motivos políticos. O seu pensamento e os seus escritos incomodavam o regime, o que o levou à prisão do Aljube.
Na qualidade de professor do ensino oficial, em 1935, é demitido por se ter recusado a assinar uma declaração onde devia declarar não pertencer a nenhuma organização secreta.
Entre 1935 e 44 vai residir em Madrid (como bolseiro) e depois em Lisboa (vivendo de aulas no ensino particular e de explicações) onde se relaciona com o grupo da Seara Nova, e, posteriormente com António Sérgio.
Depois disso, foi para o Brasil. E é lá que pesquisa em entomologia e parasitologia. Foi ainda impulsionador e criador de várias universidades (afastadas, normalmente dos grandes pólos de desenvolvimento), de estações científicas, de centros de pesquisa e intercâmbio, a par de intensa actividade pedagógica.
Em 1969, regressa a Portugal após a doença de Salazar e a sua substituição por Marcelo Caetano, que deu origem a alguma abertura política e cultural do regime, continuando os estudos e actividades relacionados com a poesia, tradução, história, teologia, filosofia, matemática e ciências.
Em 1990, a RTP emitiu uma série de treze entrevistas ao professor, denominadas “Conversas Vadias”.
Agostinho da Silva morreu em Lisboa a 3 de Abril de 1994.

Ano em que a 10 de Janeiro tomou posse como presidente da Câmara Municipal de Penafiel, o Eng.º Agostinho Gonçalves do partido Socialista. A 26 de Fevereiro, realizou-se a cerimónia de abertura oficial da “Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura. E a 6 de Novembro, o primeiro-ministro Cavaco Silva inaugurou em Cabo Verde, as emissões da RTP e da RDP internacionais.

09 fevereiro, 2008

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - Bertolt Brecht 10/02/1898



A ideia que eu tenho deste poeta, dramaturgo e encenador, vem do período do pós 25 de Abril. Brecht era lido, recitado, recriado pelas melhores razões, em qualquer lugar onde houvesse tertúlia ou intervenção político – cultural. De sua autoria, lembro-me de ver na televisão as peças de teatro: “Mãe Coragem” interpretada por Maria do Céu Guerra e “Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny” no Festafidélis de Penafiel.

Eugen Bertolt Friedrich Brecht faz amanhã 110 anos qe nasceu. Foi a 10 de Fevereiro de 1898 em Augsburgo, na Bavária, Alemanha.
No fim dos anos 20, quando os céus da Alemanha escureciam sob o negrume de uma crise económica, Brecht estudava “O Capital” de Karl Marx, transferindo o tema central dos seus textos: antes, numa sociedade de hábitos burgueses, o homem era inimigo do homem; depois a vida reduz-se a uma luta pela sobrevivência perante um inimigo maior, a ditadura do dinheiro, o capitalismo.
Em 1928, conhece o êxito com diversas obras, entre as quais a “Ópera dos Três Vintens”, numa memorável colaboração de Kurt Weil. Foi com este compositor norte-americano que elaborou um tema musical popularizado pelos Doors, o celebre “Alabama Song”.
Em 1941, Brecht vai para os Estados Unidos, mas depressa regressa a casa. A América estava mergulhada num cego anticomunismo. Vivia-se neste país a época da “caça às bruxas”.
Em 1948 fixa residência em Berlim, na antiga República Democrática Alemã. Depressa reconhece que existe um abismo entre a vida num país estalinista e o que ele sonhara para um estado comunista: a sua defesa do comunismo baseara-se na fé de que esta ideologia seria uma alternativa ao fascismo militarizado.
Cada vez admirava mais a serenidade e confiança de Marx, Engels e Lenine, que continuavam a defender ideais em tempos de turbulência. Sofrendo do coração, repudiava a impaciência e queria ver outra vez em cena a sua peça “Galileu”, nem que levasse anos a mostrar o que desejava. Um ataque do coração vitimou Bertolt Brecht no dia 14 de Agosto de 1956.

Ano em que a Câmara Municipal de Penafiel era presidida pelo Dr. Francisco da Silva Mendes e da morte do penafidelense Padre Américo (16/07). Ano em que são aprovados os estatutos da Fundação Calouste Gulbenkien (18/07), sendo José de Azeredo Perdigão o seu primeiro presidente.

08 fevereiro, 2008

SENTIR PENAFIEL


AS DUAS DATAS HISTÓRICAS
de um conhecido cronista

Um conhecido cronista de um conhecido jornal de Penafiel, exerceu há dias, legitimamente o direito que qualquer cidadão tem, que é dar a sua opinião, onde quer que seja. Aliás coisa que este cronista faz há imenso tempo e em vários órgãos de comunicação social.

O conhecido cronista se calhar não visita o meu blogue. Mas tenho esperança que alguém lhe faça uma “conversa de pé de orelha” e venha aqui ler o comentário que aqui faço às suas “duas datas históricas” publicadas no dia 31/01/08.

Uma dessas datas que alude é de todo pacífica, que é aquela que diz respeito ao jornal onde escreve, onde dá as suas opiniões. Não há portanto motivo de discórdia quanto ao jornal.

Mas quanto à outra data histórica, francamente Sr. cronista. Eu não me acredito numa só palavra que usou para dizer o que disse sobre os seis anos deste executivo, sobre o sentimento bairrista e o significado do tal inspirado logotipo “Sentir Penafiel”.

Eu acredito que o Sr. cronista seja bairrista, que goste desta terra e sinta Penafiel. Pois por isso mesmo é que não acredito de todo, quando refere, por exemplo e passo a citá-lo: “é caso para se aplaudir e celebrar estes seis anos de presidência de uma autarquia que deu uma reviravolta nos sentimentos da cidade de Penafiel”.

Não me acredito que esteja a ser sincero. O Sr. não está a falar verdade. Não sei o que é que o faz falar assim. Como homem de cultura que é, intelectual de longa data e atento ao que se passa à sua volta, eu gostaria colocar-lhe algumas questões, que têm a ver com o sentimento bairrista.

Olhe, para começar, pergunto-lhe, até porque nunca o ouvi falar deste assunto: O Sr. está de acordo com a atribuição por parte da Câmara Municipal de Penafiel, do nome do paredense Daniel Faria, para patrono de uma prémio de poesia em Penafiel, que mais não é que um atestado de menoridade aos poetas penafidelenses?
A propósito, sabe quem ganhou este prémio na edição de 2008? Foi, nem mais nem menos que o patrono de um prémio de poesia instituído pela Câmara Municipal de Soure. Ele mesmo, o já consagrado escritor José Luís Peixoto. E eu que pensava que o prémio Daniel Faria, visasse como diz o ponto dois do seu regulamento, estimular o aparecimento de novos valores.

O Sr. achou bem que se tenha recorrido a um “espanhol”, para se executar aquela “obra” na rotunda de Senradelas, quando em Penafiel, o que não faltam é “pedreiros” capazes de colocar pedra sobre pedra?

O Sr. acha bonito que o nosso presidente da Câmara ofereça a ilustres visitantes de Penafiel, como recordação da nossa terra, uma horrível serigrafia de Manuel Patinha, representando o “monumento” Abraço do Povo” na dita rotunda de Senradelas, quando o que não falta em Penafiel é imagens, desenhos, pinturas capazes de nos representar melhor, muito melhor?

O Sr. não se revoltou com a pandemia do granito que se abateu sobre os passeios da cidade, retirando-lhes toda a beleza e luminosidade da “calçada à portuguesa”, acinzentando o centro comercial ao ar livre, a fazer lembrar o atentado cultural que ocorreu na Avenida dos Aliados no Porto?

O Sr. não acha que o novo Museu Municipal de Penafiel se deveria chamar Museu de Santa Engrácia, porque já lá vão tantos anos e ainda não foi aberto ao público, e que nos últimos seis, tem andado a passo de caracol, esperando se calhar pelo calendário eleitoral de 2009?

O que pensa do facto de a nossa Câmara continuar a dar milhares e milhares de contos para o futebol, quando nos últimos seis anos ainda não se lembrou de dotar a nossa biblioteca com sistemas de aquecimento no Inverno e refrigeração no Verão? O Sr. cronista quando vai à biblioteca, decerto que não vai lá Sentir Penafiel. O que o Sr. lá sente é um calor incrível no Verão e um frio danado no Inverno.

O Sr. acha correcto que ao fim de seis anos de tanto “Sentir Penafiel” o Sr. presidente da Câmara tenha passado ao lado de um assunto que foi, e é, de primordial importância, que é a falta de uma sala de espectáculos digna deste nome na cidade?

E o que pensa do facto do Dr. Alberto Santos ter “coabitado” diariamente com um surrealista “parque de estacionamento” no espaço do antigo cinema, chegando mesmo a ser a “tasca dos borrachões” pelo S. Martinho, quando em 2002 disse que ia estar atento ao problema?

O Sr. achou bem que se tenham lembrado de meia dúzia de “escritores” de não sei de onde, para recriarem “histórias” de Penafiel do antigamente, numa revista chamada “Folium”?

O Sr. sabia que a Câmara Municipal de Penafiel, “cobra” uma quadro a cada artista que exponha no Pavilhão da Agrival, no âmbito do “Ciclo de Exposições” comportando-se tal e qual como a privada Assembleia Penafidelense, e ao contrário de anteriores executivos camarários que pelo contrário, compravam pinturas, adquiriam quadros até para ajudar financeiramente os artistas penafidelenses?

Este “sentimento bairrista” é no campo cultural, porque noutras matérias, Sr. cronista, eu volto a questioná-lo: Acha correcto que se construa um novo estádio de futebol para o FCP, quando o clube penafidelense ainda tem o estádio “Arrochela Lobo”, ali em Leiras, e que a Câmara Municipal ainda há bem pouco tempo contraiu um empréstimo bancário para fazer obras de beneficiação, quando subiu à primeira Liga?

Acha justo que se considere o FC de Penafiel o nosso maior embaixador? O nosso presidente da Câmara disse-o e repetiu-o um montão de vezes. Clube que está em queda livre para as profundezas do inferno futebolístico.
Olhe, no fundo, no fundo, Alberto Santos lá terá as suas razões, para dizer que o Penafiel é o nosso grande embaixador, porque o clube está de facto a (em)baixar bem.

O Sr. aplaude a estreiteza das ruas das avenidas Sacadura Cabral e Egas Moniz, no centro da cidade, em que uma ambulância se precisar de ultrapassar um ligeiro, este tenha de subir os larguíssimos, graníticos e feíssimos os passeios? Acha que isto é mobilidade?

Acha bem que naquela grande parcela de terreno em Novelas, que, segundo o PDM previa a instalação de equipamentos estruturantes para o concelho, se vá instalar um estádio de futebol, um Shopping, mais comércio e mais habitação? Será assim que se combate a tão propalada desertificação da zona histórica da cidade? Acha que é desta maneira que se protege o já depauperado comércio tradicional de Penafiel? Acha que é assim que a “cidade de risca ao meio” deixa de o ser? Será assim que se vai combater o desemprego em Penafiel?

Consegue entender porque que vem para Penafiel o “Paraíso da Brincadeira”, vulgo Bracalândia, com tantas facilidades, mordomias e regalias dadas pela Câmara aos investidores, quando os penafidelenses têm as suas casas praticamente “municipalizadas” (como disse um dia o Dr. Sousa Pinto, na Assembleia Municipal de Penafiel) com tantos e elevados impostos?
A propósito da Bracalândia, e tendo em conta um recente comunicado do PS local, que foi publicado recentemente nos jornais, estamos todos à espera que o Sr. presidente da Câmara nos venha prestar alguns esclarecimentos. Porque se for verdade, é grave o que se está a “cozinhar”.

O Sr. sabia que em Junho de 2005, foi tornado público que o Tribunal de Contas chumbou os projectos dos quatro pavilhões gimnodesportivos que se estão construir no nosso concelho e que o Dr. Alberto Santos ocultou esse facto dos penafidelenses durante a campanha eleitoral de Outubro seguinte?

O Sr. está ao corrente do que se passa na toponímia penafidelense, ao colocar-se nomes de cidadãos em ruas desertas, completamente fora do seu contexto, mudanças ridículas e placas com erros ortográficos?

Sr. cronista, como ex-professor de história, como pessoa de cultura, como cidadão de horizontes abertos, como intelectual de longa data, acho um tanto estranhas todas aquelas considerações sobre o 12 de Janeiro, data histórica, data do sexto aniversário da tomada de posse de Alberto Santos como presidente da Câmara Municipal de Penafiel e sobre o “inspirado” logotipo “Sentir Penafiel”.

Depois, quando titulava “Duas Datas Históricas” o seu texto, eu até pensei que ia falar por exemplo, do centenário do regicídio ou dos quatrocentos anos do nascimento do Padre António Vieira, que se comemoram neste início de Fevereiro. Estas sim muito importantes.

Sr. cronista, o Sr. sabe muito bem que, e ao contrário do que disse um dia (está registado) o Dr. Alberto Santos quanto ao bairrismo, este executivo não tem o dom de “Sentir Penafiel”. Tem dados muitas provas disso, infelizmente.

Acha que é assim que se “impele para a interioridade dos sentimentos humanos, para os valores profundos do bairrismo”? Serão reviravoltas como estas que os penafidelenses desejam e ainda esperam?

Sr. cronista, eu não acredito em nada do que disse quanto à primeira data histórica que escreveu no jornal, mas...
Mas se é verdade, se é de facto verdade que deixou falar o coração, está enganado, redondamente enganado. Se realmente disse o que lhe vai na alma, então o Sr. não é bairrista penafidelense com certeza. Se é verdade que escreveu o que sentiu, só lhe digo que o Sr. não faz a mínima ideia do que é Sentir Penafiel. A escrever o que escreveu, o Sr. nem parece que é de cá.


Há de facto coisas que fulminam todas as regras do meu entendimento. Sinceramente não sei o que andará por detrás daquelas considerações, que o Sr. cronista deixou na última edição do macróbio jornal penafidelense. É que Alberto Santos costuma andar com os sapatos muito bem engraxados.

Para terminar, e se, como diz o Sr. cronista, as datas históricas devem comemorar o futuro, coitado deste chão, coitada desta terra, coitada da minha cidade que tem um “lindo futuro” à sua frente.

Toda a gente pode e deve mandar os seus palpites. Toda a gente tem esse direito. E o Sr. cronista deve continuar a fazê-lo. Aliás, eu até lamento que haja tão pouca massa crítica em Penafiel. Mas e parafraseando o novo bastonário dos advogados: “Vamos ser sérios”.


Um dia destes irei falar da “espantosa realidade das coisas que são a minha descoberta de todos os dias” ou de como pequenos nadas que (não) acontecem em Penafiel, podem ter muita importância na paisagem natural e social penafidelense.

01 fevereiro, 2008



DESCANSA EM PAZ, JUSTINO DO FUNDO!

ESTE PAÍS


Um dia destes cheguei um pouco mais tarde a casa. Seriam quase nove da noite. Mecanicamente liguei a televisão. E o que é que estava a dar? Estava a dar na RTP algo que não gostei. Fui espreitar a SIC e a TVI. Estavam a transmitir a mesma coisa. Simultâneamente as três televisões estavam transmitir a cerimónia da tomada de posse, não do novo ministro da cultura, não da nova ministra da saúde, mas simplesmente a apresentação de um novo “jigador” como novo reforço de um determinado clube de futebol . Um tal Makukula estava a ser alvo de todas as atenções por parte de uma pseudo comunicação social.


Vejam lá o tempo de antena de alguém que não sendo português, joga na selecção de Portugal, e vai levar o tal clube a campeão. É que este “jigador” já marcou, creio que 36 golos esta meia época. Perdão, estão-me aqui a dizer que não foram 36. Então seriam 26? Que não. Então quantos foram? Quantos golos marcou o Makukula? Não foram 16, afinal foram somente 6.
Sim senhor, isto é que é marcar golos. Que grande “jigador” de futebol Para onde se haviam de virar os holofotes. Tanta atenção, tanta letra, tanta treta que se gasta num assunto desta importância! Pobre comunicação social. Pobre país.

Para onde caminha este país, que abre alas para estas coisas tão importantes? Para onde vai este Portugal que se masturba com futebolices, pimbalhices, politiquices, parolices e escandalosas roubalhices? Quem se lembra, por exemplo de ver na TV uma peça de teatro, um bailado, uma ópera, um recital de poesia ou um concerto a horas? Ninguém se lembra e ninguém se incomoda com isso. Quem se lembra do Estado, de uma Câmara Municipal, de uma Junta de Freguesia praticarem um serviço público? Ninguém se lembra e ninguém se quer lembrar.

Para onde vai esta gente que se acotovela toda por almoços, jantares, tainas e comesainas abrilhantados por Tonis Carreiras, Toys, Emanueis e Malhoas?

Por falar em comesaina, como é possível ver um painel destinado à publicidade que é propriedade de uma Câmara Municipal, neste caso a de Penafiel, induzindo o consumidor a comer comida de “plástico”? Faz algum sentido que as Câmara municipais, neste caso também a de Penafiel, promovam e divulguem sagazmente o turismo gastronómico quando ele colide completamente com a saúde e qualidade de vida?

Faz algum sentido que tanto se divulgue, tanto se promova comes e bebes, para depois “ai jesus que tenho diabetes, que tenho colesterol, que estou obeso, ai jesus que tenho de ir ao Póvoas?


Ora francamente senhoras câmaras municipais. As Câmaras andam a engordar o povo português com esta história do turismo gastronómico. Deixem de pôr o povo a encher a mula, a comer como burros, a comer como alarves, a arrebentar pelas costuras. Ponham o povo a pensar. Abram-lhe as verdadeiras janelas de oportunidades e verão como este país cresce.

Para onde vai este país assim? Não vai para lado nenhum. Está morto. Morreu de enfarte de estupidez.

Assim de repente lembrei-me do bastonário dos advogados: “vamos ser sérios”.

NOMES QUE A MORTE NÃO APAGOU - John Ford - 01/02/1894


A primeira lembrança quando este nome vem à baila, é filmes de cowboys. Muitos westerns passaram pelo abatido Cine-Teatro S. Martinho de Penafiel, realizados por este grande realizador, interpretados pelo seu actor preferido: John Wayne.
Lembro-me perfeitamente de filmes de John Ford que fizeram a delícia dos putos do meu tempo, embora nós só tivéssemos olhos para os intérpretes, como era o caso do dito John Wayne, James Stewart ou Henri Fonda. Penso que o seu filme mais importante foi as “Vinhas da Ira”, baseado no livro de Steinbeck.

Filho de irlandeses, John Martin Feeney nasceu a 1 de Fevereiro de 1894, em Cape Elizabeth, no Maine, nos Estados Unidos.
A Irlanda, dizia-se, ficava a uma paróquia de distância da América e a fama do realizador havia de atrair muitos estudiosos e turistas à sua terra: Spidal. A história da terra dos seus pais teve sempre uma permanente influência na sua obra.
Sempre gostou de fazer longas viagens sem a sua mulher, oscilando entre o prazer da vagabundagem e a necessidade de um lugar seguro para voltar.
Apesar de toda a gente saber a verdadeira importância que dava aos seus filmes, gostava de se fingir indiferente: Nos meus primeiros oscares não apareci na cerimónia para os receber. Uma vez tinha ido à pesca, outra era tempo de guerra e na outra apanhei uma bebedeira.
Somou ao todo seis oscares, os conquistados com os filmes: “As Vinhas da Ira” (1940), “O Vale era verde” (1941), “A Paixão dos Fortes”, “O Homem Tranquilo” e dois comentários sobre a Segunda Guerra Mundial.
Para o fim, além dos óculos escuros de aros redondos, usou uma pala num olho, por ter arrancado antes do tempo um penso de uma operação às cataratas.
Em 1972, John Ford e sua esposa mudam de residência. Vão para uma casa em Palm Desert, notando-se já no seu rosto magro o cancro no estômago de que sofria, já há algum tempo.
O realizador das cowboyadas morreu a 31 de Agosto de 1973.

Ano em que era presidente da Câmara Municipal de Penafiel, o Dr. Manuel Alves Moreira, em que assassinaram Amílcar Cabral (20/01), que morreu Pablo Picasso (08/04) e foi formado o Partido Socialista Português (19/04).

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