27 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

O PORQUÊ DE UMA CANDIDATURA
à Junta de Freguesia de Penafiel

Perguntaram-me há dias se era verdade eu candidatar-me à Junta de Freguesia de Penafiel, nas próximas eleições autárquicas de 2009.
- Claro que sim, respondi eu.
- E porquê?
- Porque o actual presidente da Junta de Freguesia de Penafiel, Sr. Carlos Leão me convidou.
- Convidou-te como?
- Então a maneira como o Sr. Carlos Leão gere e governa a Junta de Freguesia de Penafiel, não é
por si só um convite para eu me candidatar?

26 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

ESPÓLIO VALIOSO IGNORADO

Depois de vários telefonemas, depois de várias conversas, recebi há dias uma carta de uma senhora de Barcelos que é do seguinte teor:

“Disponibiliza-se ao povo de Penafiel, acesso à posse de documentos antigos referentes a famílias da zona, bem como documentos literários dos poetas penafidelenses que constam de cartas, poemas, inéditos, livros e fotos de Joaquim de Araújo, Pe Luís de Mesquita e outros.
Além de manuscritos e quadros de figuras históricas ligadas à zona, retratos e fotos do século XIX e XX, há colecções raras e únicas, entre elas, gravuras de todos os apeadeiros e estações do Caminho de Ferro do Douro e Minho, uma colecção de camafeus, 40 anos de História do teatro em Portugal desde 1937 a 1977, em fotos postal autografadas pelos próprios actores, bem como outros bens e recordações pertencentes à família Sousa Guimarães que fundou e promoveu toda a região do Vale do Sousa.”

Tanto quanto a senhora me disse pelo telefone o Museu Municipal de Penafiel e a Biblioteca de Penafiel não quiseram adquirir este espólio. Só aceitavam se fosse de graça.

Eu não sei se a Câmara Municipal de Penafiel tem conhecimento deste assunto. Eu acho que sim, porque não estou a ver a Biblioteca e o Museu a agirem sem conhecimento da edilidade. O que eu acho é que o município deveria adquirir (mesmo pagando) este espólio que me parece ser bastante valioso, pois tem muita história de Penafiel.

Nem tudo pode ser de borla, valha-me deus.

Fosse eu pelo menos presidente da Junta de Freguesia de Penafiel e tivesse conhecimento disto e alguma disponibilidade financeira, a ver se não adquiria para Penafiel aquela documentação toda para engrandecer ainda mais o nosso futuro Museu Municipal.

São estas coisas que fazem a diferença.

23 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

O PARQUE DESPORTIVO DE PENAS
A primeira inauguração?

“A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias”. Quem disse isto foi Fernando Pessoa. A mim só me resta ir de espanto em espanto e descobrir a realidade de algumas coisas.

Foi o que aconteceu ontem na urbanização de Penas com a inauguração daquilo que virá a ser o seu Parque Desportivo. De facto, eu fico espantado com algumas realidades que se vão descobrindo em Penafiel. É que inaugurar obras inacabadas, ou simplesmente começadas, eu pensei já fossem coisas do passado.

Mas pelos vistos não é assim. Mas então devo dizer que o Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Penafiel anda em baixo de forma. Ó Sr. Carlos Leão, então inaugura uma semi-obra a dois anos e tal das próximas eleições autárquicas. Isto assim não dá votos. Ou será que vão haver mais inaugurações?

Obras por fases, logo inaugurações por fases. A ver vamos.

17 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

VOU SER CANDIDATO
À JUNTA DE FREGUESIA DE PENAFIEL
NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES AUTARQUICAS DE 2009

É verdade. É mesmo verdade. Sou Fernando Beça Moreira e declaro que vou candidatar-me à presidência da Junta de Freguesia de Penafiel, nas próximas eleições autárquicas.
Porquê? Porque sim.

Era o que faltava eu dizer porquê. Ficavam a saber tanto como eu e isso eu não quero. Tenho um projecto a nascer e um problema para resolver. O projecto será credível e o problema é a gravata que terei de usar quando eu tomar posse de tal cargo.

Não é uma candidatura independente. É uma candidatura penafidelense porque vou ter o apoio de todos os partidos e cidadãos desta cidade..

A minha campanha terá um slogan do género: “AJUDAR A CÂMARA MUNICIPAL A SER MAIS BONITA, PARA A CIDADE SER MAIS FELIZ”.

16 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

JUSTINO DO FUNDO
Uma referência do tamanho do mundo

E o pior aconteceu. Justino do Fundo foi-se embora. Justino “Teles” morreu no mesmo mês em que tinha nascido, Julho, há 74 anos. Apesar de ter sido “avisado” de que algo não estava bem com a sua saúde (parecia até perfeitamente recomposto do ligeiro AVC que tinha sofrido em Maio último), nada fazia prever este trágico desfecho. A notícia da sua morte, pegou de surpresa muito boa gente. A mim também. Não estava de facto a contar com o desaparecimento do Homem a quem Penafiel muito deve.

Devo dizer que eu tive uma relação de proximidade com Justino do Fundo. Privei com ele, de Março de 74, até Dezembro de 1983. Trabalhei com e para ele, ali no Largo da Ajuda, um pouco mais abaixo da sua residência. Dez anos deram para conhecer o Homem que mudou Penafiel. Dez anos deram para conhecer o Homem incorrupto, vertical, íntegro, bairrista, solidário e humanista. Se calhar o seu lado humano, poucos se deram ao luxo de conhecer.

Lembro-me de um episódio (entre tantos) que ilustra bem a sua forma de estar na vida.
Justino do Fundo, tinha um estabelecimento comercial ligado ao vestuário, como disse no Largo da Ajuda. Ele tinha um empregado de idade bastante avançada (mais de setenta anos) que nem sequer sabia ler. Questionado sobre a continuidade na loja, do seu idoso funcionário, Justino do Fundo respondia destra forma: Não vou encostar o homem, aos anos que aqui anda, não o vou mandar embora. Ainda lhe pode dar alguma coisa, e depois? Pior ou melhor, vamos andando e vamos vendo”. Mais, Justino do Fundo fez o que nunca vi alguém fazer. Continuou a pagar mensalmente o vencimento ao seu funcionário idoso, depois de este se ter ido embora por sua livre vontade. E não foi tão pouco tempo.

Mas foi na vida pública onde Justino do Fundo granjeou mais popularidade e melhor notoriedade. No desporto e posteriormente na política. No desporto esteve muitos anos ligado ao seu FC de Penafiel. Na política prestou um serviço meritório a Penafiel. Deixou obra feita, deixou marcas. Não é preciso fazer aqui o seu inventário. Toda a gente dele tem conhecimento. Só não vê quem não quer.

Ultimamente, alguns jornais falaram dele. Disseram que foi eleito presidente da câmara em 1983, 1986 e 1990. Errado. As primeiras eleições autárquicas aconteceram em 1976. Justino do Fundo foi eleito sucessivamente em 1982, 1985 e 1990. Deixou a presidência em finais de 1993. Assim é que está certo.

Em 9 de Março deste ano, publiquei um artigo de opinião num jornal de Penafiel, em que fazia referência, a partir de um lamiré de Adrião Cunha numa sessão da Assembleia Municipal, à eventual atribuição de uma medalha de ouro do concelho de Penafiel, dizendo mesmo que fazia todo o sentido, que só pecava por tardia.

E agora? Perante tanto tempo esquecido e votado a um injusto ostracismo pelos poderes políticos desta terra, o que vai fazer a Câmara Municipal de Penafiel? Vai fazer uma homenagem agora, depois de ter morrido? Vai atribuir-lhe uma medalha de ouro a título póstumo?
Como é que os políticos e os partidos (PS, PSD e CDS) desta terra se esqueceram de Justino “Teles”. Ele andava por aí vivinho do Fundo. Ingratidão e amnésia é o que há mais em Penafiel.

Durante anos e anos, a nossa edilidade foi condecorando, medalhando, homenageando sucessivos penafidelenses (?) por tute e meia, por dá cá aquela palha. Desde ciclistas ( ciclo-cross), motociclistas (moto-cross), a futebolistas e automobilistas de quinta categoria a cidadãos que foram distinguidos apenas por existirem, não faltaram medalhas (foge cão, que te fazem barão. Para onde se me fazem conde?).

Lembro-me de algumas recentes condecorações douradas, aprovadas pela Câmara e Assembleia Municipais de fazer sorrir de perplexidade o pior inimigo de Justino do Fundo, a saber: padre Belmiro Coelho da Silva, padre António Ferreira Baptista, padre José Joaquim Silva Leal, António Ferreira Alves, ex-presidente da Câmara, em cerimónias comemorativas da elevação de Penafiel a cidade. Comemorações essas que foram “inventadas” pelo homem que construiu o primeiro gimnodesportivo e as primeiras piscinas de Penafiel.
O que teriam feito aquelas individualidades em prol da nossa terra, mais que Justino do Fundo? Impossível comparar o que não tem comparação.

Eu, se fosse à família de Justino do Fundo, da Câmara Municipal de Penafiel, só aceitava um público pedido de desculpas. A autarquia ao longo dos últimos anos, pelo menos desde que ele abandonou a vida pública, teve tempo de sobra para se lembrar do homem que mais fez por Penafiel, desde o 25 de Abril de 1974.
Aliás atitude que ia de encontro do que pensava o próprio Justino do Fundo, que me confidenciou recentemente não precisar de medalhas, nem de homenagens: “a melhor medalha que me podiam dar, já me foi dada. Foi a ter tido a oportunidade de fazer o que fiz por Penafiel e pelos penafidelenses”.

Considero Justino do Fundo, e para terminar, um penafidelense ao nível de um António Guimarães (Antony), de um Abílio Miranda, de um Manuel Pedro Guedes, de um Rocha Melo, entre poucos outros. Considero Justino do Fundo, uma referência de Penafiel do tamanho do mundo.

12 julho, 2007

MARQUES MENDES
E A SEGURANÇA SOCIAL

Com que então o Dr. Marques Mendes, presidente do PSD, segundo a comunicação social dos últimos dias, ganhou uma nota preta entre 1999 e 2002 e não fez os respectivos descontos para a Segurança Social.
Marques Mendes não foi de modas. Fez ele muito bem. Quem for burro que vá para moleiro. Estar a trabalhar como um negro e depois descontar um dinheirame valente, para uma Segurança Social que só sabe engordar as já obesas reformas de... sapateiros, caixeiros, trolhas, calceteiros, carpinteiros, serventes, pedreiros... Isso é que era bom!

11 julho, 2007

O CIRCUITO DA BOAVISTA
E O EFEITO PERVERSO DO AUTOMOBILISMO (Conclusão)

Ainda quanto a este circuito em volta do Circuito da Boavista, resta-me acrescentar mais uma vertente negativa nesta modalidade de elite, nesta modalidade de betinhos de óculos escuros. É a possibilidade que o automobilismo de competição pode ter de alterar de todo o comportamento humano. Eu penso que o desporto motorizado pode ter (tem com certeza) repercussões nefastas no desenvolvimento e comportamento social das pessoas pela vida fora. Ou não soubéssemos nós, que a maior percentagem dos acidentes mortais nas nossas estradas, se deve ao excesso de velocidade.

Quantos e quantos aficionados regressam dos ralies, regressam de qualquer prova automóvel, a 200 à hora no seu próprio bólide. Quantos apaixonados, quantos drogados, quantos escravos dos e pelos motores se armam em Fãngios, em Senas ou Fitipaldis e acabam os seus dias nas camas dos hospitais, quando não em morgues?

Sempre achei muita graça (humor negro), ao Ralie do Vinho do Porto. Haverá maior disparate? Velocidade e álcool de mãos dadas, é o mesmo que dizer: morte nas estradas. Isto é que é turismo.

Fiquemo-nos pelos nosso carros que temos de conduzir para o nosso trabalho, que já não é tão pouco. Esta “competição” diária chega e sobra e já causa demasiados danos .
Quanto aos Mac Larens, Ferraris e Toyotas, vão roncar para Marte ou para o diabo que os carregue.

Pela parte que me toca, devo dizer que gosto mais, muito mais de ciclismo. È muito mais bonito, e muito mais saudável. Tenho até desde a minha infância os meus ídolos nesta modalidade velocipédica: Ribeiro da Silva, Sousa Cardoso, Joaquim Leão e agora o Cândido Barbosa. Isto em Portugal, porque no estrangeiro também guardo nomes como Eddy Merckx (o maior ciclista de sempre), Loren Fignon ou o recente Lance Armstrong.

Eu era puto, estava sempre à espera de Agosto para acompanhar as peripécias, as lutas e mudanças de camisola amarela da Volta a Portugal, entre o Peixoto Alves do Benfica, o João Roque do Sporting e o Mário Silva do meu FCP.

Hoje ainda não compreendo e lamento a mudança da RTP2, para a RTPN das imagens da Volta a França, uma prova ciclista que eu considero estar ao nível de uns Jogos Olímpicos ou de um Mundial de Futebol. Por isso ciclismo sempre e automobilismo nunca.

Não queria terminar sem aconselhar os portuenses a terem calma, pelo facto de a Torre dos Clérigos não fazer parte das 7 maravilhas de Portugal. Não chorem por isso. Que tal se num futuro próximo candidatassem o Circuito da Boavista em automóvel, para a oitava maravilha deste país? Nunca se sabe.

O CIRCUITO DA BOAVISTA
E OS LADOS PERVERSOS DO AUTOMOBILISMO (III)

Tendo em conta o conteúdo dos dois pequenos textos que neste blogue foram publicados, e que têm como tema o Circuito da Boavista em automóvel no Porto, podem deduzir que eu sou contra o automobilismo. E deduzem muito bem. É que para além do aspecto demolidor, destruidor em termos de poluição, há ainda a considerar outros aspectos negativos não menos importantes conectados com esta modalidade que dizem que é desportiva.

Sou contra o automobilismo que se intromete na vida das pessoas quer estas gostem ou não. Fui por isso contra os circuitos de Vila Real e de Vila do Conde, noutros tempos. Sou por isso também contra o Circuito da Boavista. Sou contra os circuitos urbanos que meta motores. Os automóveis de competição não têm nada que correr nas cidades, em zonas residenciais.

As organizações das corridas de carros em zonas, terão em linha de conta o incómodo que pode provocar, por exemplo, numa pessoa idosa, num doente acamado, aquela barulheira dos motores em aceleração? Claro que não têm. E se tivessem era o mesmo. Os tais betinhos de óculos escuros, aficionados deste tipo de tortura, não pensam nisso. Outros valores se “alevantam”. Há valores que falam mais alto. E o que fala mais alto são os milhares, são os milhões e o pseudo-turismo a eles colado. O respeito é muito bonito, mas este é um idioma que não soletram, quanto mais falam. O respeito pelos outros, não tem conta, não medida, muito menos preço.

Por isso quem quiser fazer barulho que o vá fazer para a sua porta. O turismo, autêntico guarda-chuva, onde tudo cabe, não pode ser feito a qualquer preço. Nem tudo se deve submeter às leis do mercado, como nem tudo deve ser visto numa perspectiva de realizar dinheiro. Como se não houvesse vida para além do “compra e vende”.

(Continua)

10 julho, 2007

O CIRCUITO DA BOAVISTA
OS BETINHOS DE ÓCULOS ESCUROS
E UMA CERTA FORMA DE POLUIR (II)

Foi vê-los, os betinhos, no Circuito da Boavista, os aficionados das velocidades, e dos motores, de óculos escuros, fazendo parte daquela massa ululante a vibrar com as chiquelinas, com o “dá-lhe gás” deste ou daquele condutor mais afoito ao volante de um aparelho mortífero, poluidor de quatro rodas. Sim porque um automóvel por vezes (muitas vezes) é uma arma de destruição maciça. Mata em várias dimensões. E quando isso acontece desportivamente, ou turisticamente é muito mais grave. Quer dizer mata-se por desporto.

E os betinhos estavam de óculos escuros porquê? Para se protegerem dos raios ultravioletas. E os raios ultravioletas estão cada vez mais activos porquê? Porque será? Não será porque se polui demasiado a atmosfera? Não será também por causa destes “desportos” motorizados, que andamos a fugir do sol e a colocar os protectores óculos escuros?

Quer dizer, esta tropa anda a desgraçar o ar com a mania dos carros, das velocidades, ou seja a liquidar a camada de ozono, e depois vão a correr ao oculista: “arranje-me uns óculos escuros, porque senão nunca mais consigo ler “O ensaio sobre a cegueira”, do Saramago.

(Continua)

09 julho, 2007

O CIRCUITO DA BOAVISTA,
OS BETINHOS DE ÓCULOS ESCUROS E A POLUIÇÃO (I)

No dia 7 de Julho de 2007, eu andei de “biciclete”. Isto de manhã, porque de tarde e noite eu e a Zé, fizemos o gosto ao pé. Carro para mim, nem sequer são precisos estes dias de sensibilização denominados Live Heart, para ter de o deixar em casa. Cada vez mais ando a “butes”. E faço eu muito bem. Também é verdade que moro praticamente na cidade e locomovo-me pelos meus próprios meios. E depois não é só isso, a gasolina custa dinheiro, e não tenho propriamente um vencimento de professor ou de político.

Isto tudo para dizer o quê? Para dizer que anda o desgraçado do Al Gore e meio mundo a preocuparem-se com os efeitos de estufa, com o aquecimento global da terra, com as emissões de gases nocivos para a atmosfera. Andam as pessoas cada vez mais preocupadas em separar os lixos, a poupar a água, a utilizar os transportes públicos e deixar (como eu) o carro em casa, por causa do monóxido de carbono. Andou tanta gente numa lufa-lufa a organizar um Live Heart à escala mundial, para ver se os hábitos das populações mudam, para que o planeta não mude deste para pior, e vêm logo uns quantos betinhos sei lá de onde, apaixonados pela velocidade e pela subida da adrenalina, fazer um estandarete, um pibete poluidor na zona urbana da Boavista no Porto, muito próximo também da zona de praia do Castelo do Queijo, que foi nem mais nem menos que o Circuito da Boavista em automóvel.
Evento poluidor em duas ou mais dimensões, como são os caso da poluição sonora, com os decibéis atingirem patamares maiores que a Torre dos Clérigos e poluição do ar, através de emissões para a atmosfera de CO2.

(Continua)

03 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

ARTUR JOÃO DE SOUSA
E o seu JR

Eu escrevi há dias no meu blogue, um texto intitulado “Um verdadeiro olhar sobre a Assembleia Municipal de Penafiel”. Um texto que para além de se referir ao novo jornal regional, dava particular relevo à descaracterização da paisagem do centro da nossa cidade. Texto esse que deu origem a um comentário anónimo.

Pronto, tudo bem. Há pessoas que não querem dar a cara. Há gente para tudo. Isso é lá com elas. Nestes casos, já que não é a primeira vez que isto acontece, o que eu faço é tão somente ignorar. Passo à frente, que tenho mais o que fazer.

Acontece que o comentário anónimo em questão, veio publicado posteriormente, no “jornal do regime” (JR), na sua edição de 29 de Junho, desta vez assinado. Assinado por um tal Artur João de Sousa.
Só que este nome não me convence. Este nome é claramente o chamado exercício do biombo. Cheira-me a brincadeira de que eu e os “putos” do tempo em que éramos crianças, tanto gostávamos: o “esconde-esconde”.
Artur João de Sousa, deve ser o pseudónimo de alguém muito incomodado com o que eu vou escrevendo e não tem coragem de responder de cara destapada, de assinar o seu verdadeiro nome. Não estou a ver um semi-analfabeto a escrever, por sinal muito mal (frases mal construídas, erros ortográficos de caixão à cova), como escreveu no JR e ter o discernimento, por exemplo, de não referir o meu nome como autor do tal texto crítico. Com pézinhos de lã, lá foi referindo “...um senhor de Penafiel” e “o senhor da crítica...” .

Claro que a omissão do meu nome, tem o objectivo claro de evitar que eu tenha o direito de resposta no JR. Ó Sr. Artur, escusava se preocupar com isso, porque eu nunca solicitaria o meu direito de resposta num jornal que desenterrou recentemente o famigerado lápis azul. O tal lápis com que o Salazar gostava de desenhar e que você parece apreciar.

Portanto o texto em questão: “Duas no cravo e uma na ferradura”, não foi escrito por um semi-analfabeto qualquer. O texto foi elaborado por alguém que até sabe escrever muito bem. Alguém se calhar muito “importante” nesta terra e que não se chama, como é mais que evidente, Artur João de Sousa.

Sendo assim, ó Sr. Doutor, saia do anonimato. Se não está de acordo com o que eu penso em matéria das remodelações urbanísticas levadas a cabo na zona histórica e centro da cidade, venha tomar um café comigo. Venha dar dois dedos de conversa. Venha debater uma ou duas ideias sobre a beleza, ou a ausência dela, da nossa terra. Pode ser que aprenda alguma coisa. Até pode aprender a escrever, se for de facto um semi-analfabeto chamado Artur João de Sousa.

02 julho, 2007

FALAR PENAFIDELENSE

CÂMARA MUNICIPAL DE PENAFIEL
Às vezes é muito bonita

Não estou a falar do seu aspecto físico. Já sabemos que é um edifício muito bonito, aquele que foi construído entre o antigo Largo das Chãs e a antiquíssima Praça do Peixe, em finais de século XVIII. Sou suspeito para o afirmar, mas é assim. Eu quero é falar de outra coisa, que acho que também foi bastante bonita, relacionada com a nossa autarquia. Desde já os meus parabéns ao Sr. presidente, Dr. Alberto Santos.

Então foi assim: Um dia da semana passada, fui “alertado” televisivamente, pelo Compadre Vicêncio, para um estudo que veio publicado do Diário de Notícias (DN), sobre as Câmaras do nosso país.
Ora o Compadre Vicêncio é um personagem alentejano, interpretado pelo actor Guilherme Leite. Por volta das 12 horas, costuma ir ao programa “Praça da Alegria”, comentar, para o bem e para o mal, o que de mais importante vai saindo nos jornais do próprio dia.
E o compadre, um dia destes veio muito indignado com o estado financeiro a que chegaram muitas das nossas autarquias.

Esse estudo, que, para além de referir que 74% das câmaras portuguesas, não conseguiam pagar as dívidas, trazia também umas listas com os nomes de uns tantos municípios.
E o nosso compadre, visivelmente incomodado, pôs-se a ler o nome de umas quantas câmaras que, por exemplo, mais deviam e que mais demoravam a pagar. Fiquei satisfeito pelo facto do compadre não ter referido a câmara de Penafiel.

Entretanto, para melhor e mais saber, comprei o DN. Estava confirmado. Penafiel não vinha no retrato negativo do tal estudo divulgado pelo Anuário Financeiro dos Municípios. Penafiel não constava de facto da lista negra.
Claro que o estudo mostra números impressionantes. A Câmara Municipal de Lisboa deve quase mil milhões de euros e a de Gaia, já vai nos 231 milhões. Eu não sei o que esta malta faz ao dinheiro. Claro: assessores, gestores, directores, adjuntos e por aí fora. É o rega bofe. É o forrobodó total.
O compadre Vicêncio, assinalou e aplaudiu o facto de as câmaras do interior do país, tirando a de Covilhã, não figurarem no rol das mais endividadas. Dá que pensar.

Mas o que me interessou mais, foi saber que Penafiel tem uma câmara não muito endividada. Gostei de saber. Por isso, a Câmara Municipal de Penafiel, às vezes é bonita.

Ora tendo em conta, que a autarquia penafidelense, não está demasiado endividada, lanço daqui um lamiré ao Sr. presidente da Câmara, Dr. Alberto Santos. Como o Sr. presidente disse há tempos que não tinha dinheiro para construir o auditório no futuro Museu Municipal, contraia um empréstimo junto de uma entidade bancária, para o fazer. Se calhar até margem de manobra para tal. Olhe que os penafidelenes agradecem... e eu também.
Nunca se esqueça, Dr. Alberto Santos, que a nossa Câmara já contraiu um empréstimo bancário de uma nota valente, para obras no campo de futebol, que é muito menos importante que um Museu Municipal.

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