28 setembro, 2006

NOTÍCIAS DE PENAFIEL

CENTRO DE RECONECIMENTO, VALIDAÇÃO
E CERTIFICADO DE COMPETÊNCIAS
“novas oportunidades” para os penafidelenses

O concelho de Penafiel tem já a funcionar um centro de reconhecimento, validação e certificação de competências. O projecto, candidatado e promovido pela empresa municipal Profidelis chama-se “Novas Oportunidades” e está sediado no Pavilhão de Feiras e Exposições, tendo dois pólos nas freguesias de Abragão e Lagares.
Tendo como objectivo principal proporcionar aos munícipes o acesso ao aumento de qualificações escolares, este projecto orientado pela Direcção Geral de Formação Vocacional – Ministério da Educação, está já a funcionar com 120 formandos, número limite, sendo que se encontram 300 pessoas em lista de espera.
Recorde-se que Penafiel já validava e certificava competências através de uma extensão criada entre a Profidelis e a E.M. Qualidade de Basto.
Devido ao crescente número de pessoas do concelho e de outros municípios que aqui se deslocavam para se qualificarem, a Profidelis considerou estar justificada a autonomia de um projecto para o concelho.
Estão em formação, na Associação para o Desenvolvimento de Lagares, desde 1 de Setembro, cerca de 40 pessoas que demonstraram estar firmemente apostadas na superação dos seus conhecimentos e simultaneamente das habilitações.
O centro “Novas Oportunidades” destina-se a todos os jovens e adultos, maiores de 18 anos, empregados e desempregados que pretendam certificar o 4º, 6º e 9º ano de escolaridade, sendo o respectivo certificado, para todos os efeitos legais, equivalentes aos diplomas emitidos pelo Ministério da Educação. Este centro reconhece, valida e certifica as competências que os adultos adquiriram ao longo da vida (escola, experiências profissionais e pessoais do dia-a-dia).

gabimp.cmpenafiel/fbm

NOTÍCIAS DE PENAFIEL

ESPAÇO INTERNET DE RIO DE MOINHOS
JÁ ESTÁ EM FUNCIONAMENTO

A Câmara Municipal de Penafiel disponibilizou um novo espaço público de acesso às Tecnologias de Informação e à Internet, o Espaço Internet de Rio de Moinhos. A população concelhia tem acesso gratuitamente àquele espaço que servirá ainda para a realização de debates, conferências, acções de formação ou de sensibilização, de acordo com as necessidades do requerente.
O Espaço Internet de Rio de Moinhos, instalado no edifício Vila Rio, funciona de segunda a sexta-feira das 13h00 às 22h0, e aos sábados das 10h00 às 14h00.
No local, está presente um monitor com competências adequadas para responder a eventuais necessidades.

gabimp.cmpenafiel/fbm

26 setembro, 2006

A teoria do 11 (onze)

- A conclusão do final merece alguma credibilidade.
- O 11 passou a ser um número inquietante.
- Pode pensar-se que é uma casualidade forçada ou uma tontice, mas o que está claro é que há coisas interessantes. Senão, veja-se...

1 – New York City tem 11 letras
2 – Afeganistão tem 11 letras
3 – “The Pentagno” tem 11 letras
4 – George W. Bush tem 11 letras

Até aqui, meras coincidências ou casualidades forçadas (será?).

Agora começa o interessante...

1 – Nova Iorque é o Estado N.º 11 dos EUA.
2 – O primeiro voo que embateu contra as Torres Gémeas era o N.º 11.
3 – O voo N.º 11 levava a bordo 92 passageiros. A soma dos seus
algarismos dá: 9 + 2 = 11.
4 – O outro voo que bateu contra as Torres, levava 65 passageiros. A soma
dos seus algarismos dá: 6 + 5 = 11.
5 – A tragédia teve lugar a 11 de Setembro, ou seja, 11 do 9. A soma dos
seus algarismos dá: 1 + 1 + 9 = 11

E agora o inquietante...

1 – As vítimas totais que faleceram nos aviões eram: 254: 2 + 5 + 4 = 11.
2 – O dia 11 de Setembro, é o dia número 254 do ano: 2 + 5 + 4 = 11
3 – A partir do 11 de Setembro sobram 111 dias até ao fim do ano.
4 – Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na
Centúria número 11 dos seus versos.

Mas o mais chocante de tudo é que, se pensarmos nas Torres Gémeas, damo-nos conta que tinha a forma de um gigantesco número 11.

E como se não bastasse, o atentado de Madrid aconteceu no dia 11.03.2004. Somando estes algarismos dá: 1+1+0+3+2+0+0+4 = 11.

Intrigante, não acham?

Mas há mais:

O atentado de Madrid aconteceu 911 dias depois do de Nova Iorque. Somando os seus algarismos dá: 9+1+1=11


E agora o mais arrepiante:

VERMELHICES que é um site sobre o Benfica (http://www.vermelhices.com/), tem 11 letras e foi criado no dia 01.05.2002 e colocado online à 01 hora. Somando os algarismos dá: 0+1+0+5+2+0+0+2+01 = 11.

CONCLUSÃO DE TUDO ISTO:
Bin Laden é benfiquista desde pequenino...

25 setembro, 2006

Diálogo entre o Chato e o Fedorento

Dois amigos, o Chato e o Fedorento, encontraram-se no Café da Sociedade em Penafiel. Local onde diariamente se reúne o Sinédrio dos Resistentes, onde se conversa e desconversa, constrói e desconstrói, e até se inventa problemas relacionados com Penafiel e os penafidelenses.
Um, o Fedorento, vinha carregado de jornais como sempre. O outro, o Chato, de óculos na ponta do nariz, trazia uma bolsa à tiracolo, brandindo energicamente um jornal, que por acaso - dizia ele - era o melhor jornal da região do Vale do Sousa, que até traz sempre um “produto”-nas-últimas-páginas-p´rá-gente-manjar.
Então disparou para o Fedorento:

- Tu sabes qual é o jornal da região do Vale do Sousa, que é grátis, grátis, grátis, mesmo muito grátis, muito grátis, que até cansa de ser tão grátis? Sabes qual é, sabes, sabes, sabes?
- Sei.
- Então cala-te.
- Mas vamos lá ver. É grátis ou à pala ?
- Vê lá tu que esse jornal até te dá essa possibilidade de poderes escolher, entre, à pala ou grátis.

Passados uns dias e a uma quinta feira à tarde, no mesmo Café, o Fedorento atira-se ao Chato:

- Ora bolas, disseste que este jornal era à pala. Que era grátis, grátis, grátis. Mesmo muito grátis, muito grátis, que até cansava de ser tão grátis.
- Claro que eu disse que esse jornal era grátis, grátis, grátis, mesmo muito grátis, muito grátis, que até cansava de ser tão grátis.
- Mas este jornal não foi grátis, grátis, grátis, mesmo muito grátis, muito grátis, que até cansava de ser tão grátis.
- Então?
- Foi à borliú.

24 setembro, 2006

O C.C.C. e o pontapé no bom senso

Muito recentemente o CCC (Centro de Convívio e Cultura) fez 33 anos de vida dedicada à cultura, ao lazer e ao desporto de Penafiel e dos penafidelenses.

Mesmo sabendo que não se trata de um número redondo e que por isso as festevidades não poderiam ir muito além do possível, e do aconselhável, porque os tempos são de facto de notas magras. Mesmo sabendo que os tempos estão difíceis, não se entende a razão de o CCC não ter convidado a comunicação social local (pelo menos alguma) para revestir o acto de uma outra dinâmica, de uma outra projecção e até de uma outra dignidade.

Dessa forma muitos penafidelenses não tiveram conhecimento da realização de uma exposição em que mostrava toda a actividade desta prestigiada instituição ao longo dos 33 anos que já leva, e da inauguração de uma rua com o nome e em memória de um Homem como o padre Abel Teixeira Sobrinho. E depois nunca era demais falar de alguém como o Padre Abel.

Muito menos se compreende que se tente justificar a não convocação da imprensa local, que ao fazê-lo se teria de convocar os jornais todos da região, e não só.

Penso que se tratou de uma atitude de desconsideração para quem já muitas vezes levou bem longe o nome e os eventos que o CCC tem levado a efeito ao longo dos anos.

Penso que se tratou de um pontapé no bom senso. Bom senso que sempre caracterizou o Centro de Convívio e Cultura de Penafiel.

Os miserabilistas e os pintores cor de rosa

Sem querer ritualizar gestos de pessimismo, creio ser impossível hoje a qualquer pessoa informada sentir-se tranquila diante do caminho que a nossa sociedade está a trilhar. O espírito do nosso tempo, como diria o filósofo francês Michel Maffesoli, está cada vez mais “permeado pelo trágico”.

Não vou rotular o estado da sociedade portuguesa de trágico. Não, longe disso. Sem ser uma sociedade perfeita, o nosso país já esteve de facto bem pior. Portugal e os portugueses evoluíram muito desde há uns tempos a esta parte. Disso não restam dúvidas.

Mas toda a gente sabe também que o país se desenvolveu a várias velocidades. Que as assimetrias sociais cresceram e se agudizaram. Que cada vez o espaço entre pobres e ricos se alargou. Toda a gente sabe disso. E sabe que por via disso as opiniões dos portugueses acerca do estado do nosso país divergem. Que a opinião de cada um estará de acordo com a sua situação, como seu modus vivendi. Diferentes situações, logo pontos de vista diferentes.

Não tendo em conta a opinião de políticos, de jornalistas e outros fazedores de opinião, que estão contra ou a favor disto ou daquilo, consoante a sua cor partidária ou protagonismos, há decerto pessoas que são capazes de dizer que o nosso país está uma desgraça.

Há pessoas para quem a sociedade é adversa, e que por isso o quadro que pintam deste país só pode ser negro, ou no melhor das hipóteses, cinzento. Haverá por outro lado situações em que um cidadão sendo um privilegiado da sociedade, tem com certeza uma outra visão do seu Portugal, logo pinta o seu quadro com tons mais a puxar para a cor de rosa e outras cores mais alegres.

Por isso é que eu compreendo perfeitamente que um cidadão que por todos os motivos e mais alguns até se encontre muito bem posto na sociedade, se encarnice todo com os críticos deste país. Alguém de bom senso que esteja bem colocado nesta sociedade se vai preocupar com eventuais números negros que possam sair de uma estatística, de um estudo, de um diagnóstico, de uma sondagem ou de uns censos? Não. Claro que não. O que ele quer, o que ele mais deseja, é que não lhe doam as costas.



Ainda agora tive uma conversa com um amigo meu, que muito preso, por sinal um bom “pintor”, que até estará muito bem de vida (não tenho nada com isso, atenção), diz muitas vezes que somos um país de críticos. Que somos uns miserabilistas. Que passamos a vida e o tempo a dizer, por exemplo, que justiça não funciona, que o ensino não presta, e que a saúde vai de mal a pior. No ponto de vista deste meu amigo “pintor”, o país até está muito bem. Estará.

Este meu amigo “pintor”, que se calhar ganha mais do dobro em contos que muita gente ganha em euros por mês, que se coloque na pele de um cidadão que tem de se governar com o ordenado mínimo nacional para ver como é. Talvez não fosse tão optimista. Talvez não fosse tão crítico dos miserabilistas, catastrofistas ou pintores de quadros pretos. O meu amigo que me perdoe, mas há pessoas que falam de barriga cheia, e o resto são cantigas.

Sem ser exaustivo, eu já agora gostaria de colocar aqui alguns números (de fonte segura) que dizem respeito à justiça:
Em Portugal em 1992, um tribunal despachava 117 processos e hoje despacha menos de 70. Em 1992 havia 6000 funcionários de justiça, e em 2001 esse número era de cerca de 9500. Em Portugal há 3,2 tribunais por 100.000 habitantes, em Espanha há 1,3 e em França há 0,8. Portanto em Portugal há 4 vezes mais tribunais que em França.
Os funcionários administrativos de justiça, que temos em Portugal por 100.000 habitantes são 93,5 %, quando em Espanha são 89,2 % e em França este número fica-se nos 26,1 %. Quanto a juizes também por cada 100.000 habitantes, em Espanha há 10, em França há 11 e em Portugal o número cifra-se em 14. Esclarecedor, quanto ao funcionamento da justiça em Portugal. E nesta matéria muito mais haveria a dizer.

Quanto ao ensino em Portugal, os números andam por aí nas primeiras páginas dos jornais. Basta olhar para eles. Eu só pergunto: de quem é a culpa de tantos chumbos na matemática e no português? A resposta é clara e inequívoca: dos professores, de quem havia de ser. Dos professores portugueses que são os terceiros mais bem pagos da OCDE, segundo uma notícia recente da televisão.

E a saúde em Portugal como vai? Vai bem. Só que ainda há cidadãos que vão para a porta dos Centros de Saúde de véspera para terem uma consulta médica no dia seguinte. Depois porque razão há dois sistemas de saúde para cidadãos dos mesmo país? É que uns são os funcionários públicos que só pagam 1 por cento do seu vencimento para o Serviço Nacional de Saúde, os outros são os “outros”. Que pensa o meu amigo “pintor” da saúde em Portugal quando se fecham urgências e maternidades e se abrem salas de chuto e salas de injecção assistida para drogados? E as taxas moderadoras? A quem são aplicadas? Não são aos ricos, com certeza. Esses têm rendimentos suficientes para se deslocarem a clínicas privadas e nunca porão os “cotes” nos atulhados Centros de Saúde.

Depois somos uns críticos, somos uns miserabilistas.

Com certeza que eu e o meu amigo “pintor” não vivemos no mesmo país. Eu vivo num país que tem cerca de 500 mil pessoas sem emprego , 200 mil cidadãos com fome e dois milhões de almas no limiar da pobreza. Ele viverá num país que não passa de uma galeria de arte, que só expõe quadros coloridos.

Ficou por contar a história de um outro amigo meu, também “pintor”, que quando viu tanta gente de férias no Algarve, disse alto e bom som: “Afinal isto não está tão mal como dizem”.

Valha-me Deus, dai-me paciência, que a que eu tinha... já foi.

A Rotunda do Alberto Pinto

A rotunda do Alberto Pinto, apesar de alguns problemas que deviam ter sido resolvidos a bem de Penafiel, veio de facto resolver um problema de tráfego e acabar com a confusão que se gerava todos os dias em horas de ponta. Esta obra só peca por tardia.

Os problemas a que me refiro, têm que ver com a entrada e saída dos autocarros da VALPI, assim como a entrada e saída do estacionamento subterrâneo ao futuro Museu Municipal, que, segundo um comunicado do PS, estava projectado para ter entrada e saída junto dos Bombeiros Voluntários de Penafiel através de um túnel também subterrâneo.
Acho que a obra até está bonita. Especialmente na perspectiva de quem desce a Avenida Soares de Moura. Lá está aquilo que eu digo sempre nestas situações. “Até as coisas úteis podem ser belas”.

Mas há ali um outro problema, para mim o mais importante e mais grave. Eu já me pronunciei sobre o assunto, mas nunca é demais voltar a fazê-lo. Até porque posso estar a cumprir um serviço público.

Quem vai (de carro) do lado da Praça Municipal e chega junto à esquina que dá para a Rua do Antony, não consegue ver a rotunda em toda a sua dimensão. A rotunda está escondida. Não se vê, ponto final parágrafo.

Como não se vê. Como anda para aí muita gente que em vez de andar com um carro na mão, devia era andar com um carro de mão. Como anda para aí muitos discotecos, em horas mais escuras, voando com um grãozinho na asa, não era de todo despiciendo (onde é que eu fui buscar esta palavra!), colocar uma divisória na faixa de rodagem desde a tal esquina do Martins, até à rotunda, para evitar que alguém, querendo seguir para os lados do Estádio do FC de Penafiel, ou de Bustelo, o faça seguindo sempre em frente não contornando devidamente aquela placa circular.

Não sei qual é o problema em dividir aquele bocado de rua. Já o fizeram no acesso à rotunda do Sopão, quem vai do centro da cidade para Senradelas. E esta rotunda tem toda a visibilidade.

Coloquei este problema a alguém relacionado com as obras da Câmara, e a resposta foi que compete aos condutores dos veículos terem cuidado e andarem devagar, cumprindo o código da estrada.
Bela resposta. Por essa ordem de ideias porque será que somos obrigados a usar o cinto de segurança no nosso veículo? Em caso de acidente, se eu bater com a cabeça no pára-brisas, o problema é meu. Não é assim?

Então não é de bom tom, não é pedagógico prevenir o acidente? Mas a engenheira é que sabe. Quem sou eu para dizer o contrario?
Descanse, Sra. engenheira que em caso de sinistro, eu não vou dizer “depois não digam que eu não avisei”.

Valha-me Deus. Dai-me paciência, que a que eu tinha... já foi.

06 setembro, 2006

Com granito e cobardia nunca se fez poesia

Eu peço desde já desculpa por algum tipo de linguagem utilizado neste texto não ser o mais bonito, não ser o mais elegante, não ser o mais poético. Mas também não é nada do outro mundo. É mesmo deste. E depois a quem disser que eu sou mal educado, eu oferece-lhe um poema. Palavra de honra.

Não é preciso procurar nos dicionários, nas enciclopédias, nos tratados, ou sei lá onde, alguns adjectivos para qualificar certas inteligências que neste país pululam.
Nem adjectivos, nem outros “mimos” para emoldurar umas certas pinturas itinerantemente expostas neste país. Eles estão aqui mesmo debaixo da língua. Só é preciso uma pequena dose dela destravada.

Gostaria de rotular certas pessoas (?) de por exemplo: trogloditas, mentecaptos, assassinos, atrasados mentais, cobardolas, etc., etc.. Porque chamar-lhes FDPês, é dar pérolas a porcos, porque houve e há muita gente, sendo FDP, é gente de classe, gente credível, gente decente, gente que sabe aplicar ao melhor nível a sua inteligência.

Atenção que não estou a falar do FDP do Bush, essa beleza esfuziante que gosta de levar a “luminosidade” à bomba a tantos países deste miserável planeta. Estou a falar de algumas criaturas que não tendo o que fazer com a sua já parca inteligência, entretêm-se a insultar a natureza. E fazem-no de armas aperradas. Eu vou tentar explicar.

Foi no dia seguinte à abertura da caça não sei a quê. Digo não sei a quê, porque me parece que há várias aberturas de caça durante o ano e para animais diferentes. Foi no dia seguinte à abertura da caça, que vi na televisão mais uma cena lamentável. Eu não sei se vou conseguir explicar de forma a fazer-me entender. Mas foi assim, ou é assim:

Meia dúzia de caçadores, ou seja, meia dúzia de cérebros de pedra, inventaram uma nova maneira de afinar a pontaria para futuras caçadas. Estes cérebros de granito (está na moda o granito) criam aves em cativeiro. Depois quando já estão “prontas”, isto é, adultas, as aves são introduzidas, parece-me que aos pares, dentro de um canudo, tipo chaminé de uma fábrica do século XIX, um pouco mais pequeno. Depois accionam um mecanismo que faz as aves subir até ao seu topo. Ao fim de algum tempo, (não sei se muito, se pouco, mas se calhar uma eternidade) de escuridão, as aves chegam lá em cima e vêm a claridade, com a liberdade ali tão perto... e, ála que se faz tarde. Só que os cérebros de granito, de espingardas aperradas, já estão à espera delas para as abater. É assim uma espécie de tiro aos pratos. Não sei se estão a ver a inteligência destas cabeças. Passados alguns minutos, jazem no solo umas dezenas ou centenas de aves, criadas com o objectivo único, de afinar a pontaria de uns tantos cérebros de calhau.

Vi na televisão. Não cheguei a saber onde isto aconteceu, só sei que foi em Portugal, no país de Pessoa, de Vieira da Silva, do Zeca e de Camões.

Chamar àquela tropa FDPês, não vale a pena. Chamar-lhes caçadores sem cedilha, também não, porque eles nem merda valem.

Com granito e cobardia, nunca se fez poesia!

03 setembro, 2006

Visite antes de Siza Vieira

Eu tenho um pequeno suplemento de Férias e Turismo chamado “Fugas” do jornal “Público”, já há algum tempo (já está amarelecido) em cima de uma mesa que me serve de apoio quando estou a escrever ao computador. Tem lá escrito à mão uns apontamentos que me servem de orientação nestas coisas de Internet, que enquanto eu não os decorar, o jornal não sai do seu lugar.

Por cima desse suplemento se pousam folhas e mais folhas, disquetes e mais disquetes, cedês e mais cedês e muitos outros objectos. Ou seja, um põe e dispõe, um tira e retira que não me deixaram que visse e lesse o que já devia ter visto e lido

Coincidência das coincidências. Depois de escrever há dias um texto intitulado “ Os Aliados levaram no cubo”, que foi publicado neste blogue e na última edição do Jornal 3 de Março, e que dava particular enfoque à “renovada” avenida dos Aliados no Porto, reparei numa pequena notícia que está no tal pedaço de jornal, com este título: “VIDAGO antes de Siza Vieira”, cujo desenvolvimento é do seguinte teor:
“Em Novembro, o parque de Vidago vai encerrar para obras e dar origem a um resort de luxo com a assinatura de Siza Vieira. Por isso, aproveite o Verão para conhecer ou revisitar uma das mais frescas e românticas estâncias termais do país, antes que a pátina da belle époque desapareça ou se dilua nas exigências da modernidade”.

Espectáculo!...

01 setembro, 2006

Terra nua

Inquieta-me o teu corpo, amor antigo
Sobressalto que é sombra na paisagem
Tão longe está de mim a tua imagem
Que nem versos tenho p´ra ´star contigo.

Teu corpo é viagem pela vida
É temor que me lembra manhãs frias
É paixão que me habita todos os dias
É canto é rumo, é terra prometida.

Procuro no teu corpo a terra nua
A memória de um amor feito na rua
Quantas vezes p´las margens do deserto.

É um fulgor que a chama sempre acende
E em paisagem que o meu olhar depende
Deixou o teu olhar de estar por perto.

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